O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), tentou minimizar nesta segunda-feira, 5, declarações feitas por ele no fim de semana, quando sugeriu que os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fossem levados para “a vala”. O discurso agressivo gerou repercussão sobretudo nas redes sociais e críticas principalmente da oposição.
A fala ocorreu na última sexta-feira, 2, durante um evento no município de América Dourada, a 430 km de Salvador. Na ocasião, o governador participava da entrega de títulos de terra e da inauguração do Colégio Estadual Professora Nancy da Rocha Cardoso.
Para Bolsonaro, postura “normaliza o ódio”
Durante o seu discurso, Rodrigues afirmou: “Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele, e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma enchedeira. Sabe o que é uma enchedeira? Uma retroescavadeira. Bota e leva tudo pra vala”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o tom adotado por Rodrigues, afirmando, assim, que “esse tipo de discurso, vindo de uma autoridade de Estado, não apenas normaliza o ódio como incentiva o pior: a violência política, o assassinato moral e até físico de quem pensa diferente”.
O deputado estadual Diego Castro (PL) encaminhou uma denúncia formal ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governador. O parlamentar alegou, da mesma forma, que as palavras do petista “ultrapassam os limites do discurso político e representam uma ameaça à integridade física de opositores”.
Diante da repercussão negativa, Jerônimo Rodrigues primeiramente baixou o tom e depois recuou. “Quem me conhece sabe. Eu sou uma pessoa religiosa, sou uma pessoa de família, não vou nunca tratar qualquer opositor com um tratamento desse tipo. [A fala] foi descontextualizada”.
Ele acrescentou ainda que, no momento da fala, expressava sobretudo a sua “inconformidade” e, do mesmo modo, “indignação” com a forma como o país teria sido conduzido durante o governo anterior.
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