O uso de adoçantes artificiais, frequentemente escolhidos para substituir o açúcar nas dietas, tem gerado diversos debates. Embora os fabricantes vendam esses produtos como uma opção mais saudável e menos calórica, estudos recentes mostram que o uso pode não ser tão seguro quanto parece.
Uma pesquisa, divulgada no começo deste ano pela revista norte-americana Nature Metabolism, revela efeitos preocupantes no metabolismo e os possíveis riscos à saúde.
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A sucralose, sacarina, aspartame, acessulfame de potássio, entre outros, são substâncias artificiais que dão sabor doce a alimentos e bebidas. Funcionam como uma alternativa aos açúcares.
A avaliação, realizada por dez cientistas em 75 adultos, identificou as consequências dos adoçantes sobre a regulação do apetite. O estudo observou que, ao contrário do esperado, os adoçantes artificiais, como a sucralose, podem, na verdade, aumentar o apetite.
Trabalho cientifico reacende debate sobre adoçantes
As pessoas que participaram do experimento chegaram ao laboratório em jejum. Elas consumiram 300 ml das seguintes bebidas: água pura, água com 75g de açúcar e água com adoçante. Depois do consumo, os participantes passaram por uma ressonância magnética funcional e avaliações.
A descoberta: depois de consumir a bebida contendo sucralose, houve aumento na atividade do hipotálamo, a região do cérebro essencial para controlar o apetite e o processo metabólico. O consumo da bebida com açúcar natural apresentou diminuição da atividade do hipotálamo. Isso mostra que o organismo reconheceu a ingestão energética e reduziu o estímulo à fome.
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O que causou maior preocupação é que as atividades cognitivas também foram alteradas em pessoas obesas, especialmente mulheres.
Os cientistas concluíram que esses adoçantes podem não ser uma solução eficiente para quem busca controlar ou perder peso, já que podem induzir a um aumento na ingestão alimentar. Outros estudos, nas revistas Cell Metabolism e Cleveland Clinic, também sugeriram que aditivos sintéticos podem ter um impacto negativo no organismo.
As diretrizes da OMS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que as pessoas não devem usar esses produtos com frequência. Os adoçantes, se usados em quantidades excessivas, podem contribuir para o desenvolvimento de condições como diabete tipo 2 e doenças cardiovasculares.
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A recomendação para perder peso ou manter um estilo de vida saudável é a prática constante de exercícios físicos e hábitos alimentares equilibrados. O mel, o xarope de agave e o açúcar de coco são algumas das opções mais populares. Esses produtos oferecem um sabor doce, mas com menos impactos sobre o índice glicêmico. Em alguns casos, até com propriedades antioxidantes.

No Brasil, a OMS propõe priorizar alimentos naturais, como frutas, legumes, verduras e a redução do consumo de adoçantes.
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