Em editorial publicado nesta terça-feira, 6, o jornal O Estado de S. Paulo afirma que a saída do economista Sergio Firpo do Ministério do Planejamento evidencia o fracasso da agenda de responsabilidade fiscal dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é um dos cinco secretários da equipe econômica de Simone Tebet a deixar o cargo.
Firpo, responsável por monitorar e propor melhorias nos gastos públicos, deixou a pasta na semana passada. Com sua saída, cinco dos seis secretários escolhidos pela ministra Simone Tebet já abandonaram o governo Lula.
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O economista comandava a Secretaria de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos. A função exigia algo raro na administração pública: questionar se os recursos estavam sendo usados com eficiência — uma tarefa ainda mais sensível sob a gestão petista.
Durante sua administração, Firpo tornou públicas distorções bilionárias que atravessam a estrutura federal. Uma das principais críticas partia dos dados sobre subsídios tributários, que saltaram de 1,96% para 4,78% do PIB ao longo de 2023.
O editorial revela que o número de beneficiários do seguro-defeso também superava o total de pescadores artesanais em atividade, evidenciando o descontrole. Esses levantamentos forneceram transparência, mas não avançaram na prática.
Propostas como o reajuste diferenciado entre aposentadoria e Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou a elevação da idade mínima para acesso ao benefício — de 65 para 70 anos — sofreram forte resistência dentro do governo e foram desfiguradas no Congresso.
O isolamento de Simone Tebet e o fracasso fiscal
Firpo não conseguiu furar o bloqueio ideológico instalado no Planalto. Sem apoio político, a agenda de revisão de gastos prometida pela equipe de Tebet se limitou a um pente-fino em benefícios — prática que, em governos mais responsáveis, sequer exigiria protagonismo técnico.
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Segundo o Estadão, a saída do secretário revela o esvaziamento da promessa de responsabilidade fiscal dentro da aliança que reelegeu Lula. A agenda liberal, incorporada apenas para manter o discurso da frente ampla, perde fôlego. Em um cenário pré-eleitoral, a ausência desses votos pode custar caro ao governo.
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