Venda de sentenças: desembargador ‘escalou’ filho em ação milionária

A Polícia Federal encontrou mensagens que mostram que o desembargador Vladimir Abreu da Silva, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ-MS), envolvido em um esquema de venda de sentenças, pediu a dois colegas que recebessem seu filho para tratar de um processo de R$ 16,9 milhões. A investigação faz parte da Operação Ultima Ratio.

Os desembargadores Marco André Nogueira Hanson e Dorival Renato Pavan foram procurados por WhatsApp. Marcus Vinícius Machado Abreu, filho do desembargador, teria sido recebido nos gabinetes em outubro de 2024. Depois, contou ao pai que Pavan foi “muito solícito”, mas que seus recursos foram negados.

Cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se oferece ou não denúncia sobre o ocorrido.

Desembargador que tentou beneficiar filho está afastado

Desembargadores afastados pela Justiça: (acima) Sideni Pimentel e Vladimir Abreu; (abaixo) Alexandre Bastos, Sérgio Fernandes e Marcos Brito | Foto: Reprodução: redes sociais
Desembargadores afastados pela Justiça: (acima) Sideni Pimentel e Vladimir Abreu; (abaixo) Alexandre Bastos, Sérgio Fernandes e Marcos Brito | Foto: Reprodução: redes sociais

Os desembargadores Alexandre Aguiar Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues, Sideni Soncini Pimentel e Vladimir Abreu da Silva, do TJMS, foram novamente afastados por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin.

A medida, publicada em 22 de abril, ocorreu um dia depois do fim do prazo inicial de afastamento.

A nova decisão proíbe o acesso dos magistrados às dependências, sistemas e servidores do tribunal. Não há prazo definido para o afastamento. “A Procuradoria-Geral da República ainda não se manifestou sobre os relatórios da investigação”, afirmou Zanin.

A decisão também inclui Osmar Jeronymo, do Tribunal de Contas do Estado, e seu sobrinho, Danillo Moya Jeronymo, servidor do TJ-MS.

Venda de sentenças: PF apura participação de mais pessoas

A Polícia Federal (PF) afirma haver indícios suficientes para abertura de ação penal. A deflagração da Operação Ultima Ratio ocorreu em outubro de 2024. A investigação apura corrupção, venda de sentenças, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação.

Além dos desembargadores, a PF investiga outros servidores do Judiciário, um procurador de Justiça, empresários, advogados e alguns filhos dos magistrados. Segundo a PF, os filhos usavam os próprios escritórios para ocultar o fluxo de dinheiro. Quebras de sigilo mostram que as negociações ocorriam por meio deles.

A polícia cumpriu mandados de busca em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá, com apoio de 200 agentes. Na casa do desembargador aposentado Julio Cardoso, foram apreendidos cerca de R$ 3 milhões em espécie.

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