Príncipe hindu foi o estopim das guerras entre Índia e Paquistão na Caxemira

Figuras históricas como Mahatma Gandhi deram à fé hindu a imagem de uma religião da paz. Contudo, os conflitos entre Índia e Paquistão na Caxemira mostram que os “pacifistas”, muitas vezes, também recorrem às guerras.

As tensões recentes na região têm origem nos interesses de um príncipe hindu: o marajá Hari Singh. Ele era governante local durante as últimas décadas de domínio do Império Britânico.

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O marajá comandava um governo semi-autônomo, sob a influência dos britânicos. A situação era semelhante à de cerca de outros 500 principados que hoje integram os territórios indiano e paquistanês.

No ano de 1947, o Império Britânico concedeu a independência na região. Duas grandes nações emergiram: Índia (de maioria hindu) e Paquistão (onde a maior parte da população é muçulmana). Os governantes dos principados passaram a integrar suas terras a um dos países, de acordo com a religião mais conveniente.

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Na Caxemira, entretanto, a escolha foi mais complicada. A maior parte da população não era hindu. Diferentemente do governante, eles professavam a fé muçulmana. Ainda assim, o marajá tentou fazer da área uma parte da Índia — o que não foi aceito por muitos dos súditos.



No desenrolar dos anos seguintes, houve quatro guerras opondo indianos e paquistaneses por causa desse território. A primeira delas ocorreu no mesmo ano da saída dos britânicos — os desdobramentos continuam até hoje.

Índia e Paquistão entram em guerra pela Caxemira

Com a relutância do marajá em aderir ao país de maioria muçulmana, tribos apoiadas pelo Paquistão deram início a uma invasão. O governante hindu pediu ajuda à Índia, que enviou tropas em socorro.

O conflito durou até o ano seguinte. A guerra terminou com um cessar-fogo mediado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que dividiu a Caxemira em duas áreas de influência: uma chamada Jammu e Caxemira, sob controle da Índia, e outra chamada Azad Caxemira, administrada pelo Paquistão. Ainda assim, não foi o suficiente para estabelecer uma paz duradoura.

Os rivais voltaram a se enfrentar em 1965, 1971 e 1999. Desde 1998, as duas nações possuem arsenal nuclear — e o número de ogivas cresceu ao longo dos anos.

No conflito de 1999, eram 16 ogivas — oito para cada lado. Atualmente, estima-se que o arsenal nuclear indiano esteja em 164 ogivas, contra 170 do lado paquistanês. Todavia, tanto a Índia quanto o Paquistão nunca dispararam nenhuma bomba atômica contra um adversário — ainda. Essas nações voltaram a se atacar nos últimos dias, aumentando o temor de que ocorra um desastre na Caxemira.

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