O recém-eleito papa Leão XIV fez nesta quarta-feira, 8, seu primeiro discurso público depois de ser eleito pelo Colégio de Cardeais. Da sacada da Basílica de São Pedro, em Roma, o novo pontífice saudou os fiéis e destacou que sua prioridade será promover a paz, a união entre os povos e o papel missionário da Igreja.
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Segundo Leão XIV, a paz a ser buscada é “desarmada e desarmante”, vinda de Deus e acessível a todos. O papa afirmou que o mundo precisa de luz, e que a Igreja deve contribuir com diálogo, acolhimento e ação conjunta. Ele pediu que os fiéis ajudem na construção de “pontes” e evitem divisões, com foco em aproximar culturas e nações.
O pontífice mencionou seu antecessor, o papa Francisco, e agradeceu pelo legado deixado. Afirmou que deseja continuar a missão de anunciar o Evangelho e trabalhar pela justiça. Disse ainda que “o mal não prevalecerá” e que “estamos todos nas mãos de Deus”.
Leão XIV agradeceu aos cardeais pela escolha, afirmou que quer conduzir a Igreja como servo e se disse inspirado por Santo Agostinho: “Com vocês, sou cristão; para vocês, sou bispo”. Houve menção à sua antiga diocese de Chiclayo, no Peru, à qual dirigiu agradecimentos e reconheceu a fidelidade do povo local.
O papa também falou sobre a importância de uma Igreja sinodal, que caminha unida, e reforçou que deve estar próxima dos que sofrem, com atenção à caridade e ao acolhimento. Ao final, conduziu uma oração à Virgem Maria, no dia da súplica à Madonna de Pompei, por ajuda para sua nova missão e pela paz mundial.
Leia a íntegra do primeiro discurso do papa Leão XIV
A paz esteja com todos vocês. Caríssimos irmãos e irmãs, esta é a primeira saudação de Cristo Ressuscitado, o bom pastor que deu a vida pelo rebanho de Deus. Eu também gostaria que esta saudação de paz entrasse em nossos corações, em suas famílias, em todas as pessoas, onde quer que estejam, em todos os povos, em toda a terra. A paz esteja com você.
Esta é a paz de Cristo ressuscitado. Uma paz desarmada e uma paz desarmante, humilde e perseverante. Vem de Deus. Deus que nos ama incondicionalmente. Ainda guardamos em nossos ouvidos aquela voz fraca, mas sempre corajosa, do papa Francisco abençoando Roma. O papa que abençoou Roma deu sua bênção ao mundo, ao mundo inteiro. Naquela manhã de Páscoa.
Deixe-me continuar falando dessa mesma bênção. Deus nos ama. Deus ama a todos vocês e o mal não prevalecerá. Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos, de mãos dadas com Deus e uns com os outros, sigamos em frente. Somos discípulos de Cristo. Cristo nos precede. O mundo precisa de sua luz.
A humanidade precisa dele como ponte para ser alcançada por Deus e seu amor. Então, ajude-nos uns aos outros a construir pontes com o diálogo, com o encontro, unindo-nos para sermos um só povo, sempre em paz. Obrigado ao papa Francisco. Gostaria também de agradecer a todos os meus irmãos cardeais que me escolheram para ser o sucessor de Pedro.
Caminhemos juntos como Igreja unida, buscando sempre a paz, a justiça, buscando sempre trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo, sem medo de anunciar o Evangelho, de sermos missionários.
Sou filho de Santo Agostinho, um agostiniano que disse: “Convosco sou cristão e para vós sou bispo”. Neste sentido, podemos caminhar todos juntos rumo àquela pátria que Deus preparou para nós.
Uma saudação especial à igreja de Roma. Devemos buscar juntos como ser uma Igreja missionária, uma Igreja, uma Igreja que constrói pontes, dialoga, sempre aberta a acolher como esta praça com o rosto aberto a todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do diálogo, do amor.
E se me permitem dizer uma palavra, saudações a todos, especialmente ao Peru. Um povo fiel acompanhado de seu Bispo, compartilhava sua fé, muito, muito mesmo, sendo uma igreja fiel de Cristo.
A todos vocês, irmãos e irmãs de Roma, da Itália, do mundo inteiro, queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, uma Igreja que sempre busca a paz, sempre busca a caridade, sempre procura estar próxima, especialmente daqueles que sofrem.
Hoje é o dia da súplica à Madona de Pompéia. Nossa mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar perto de nós, ajudar-nos com sua intercessão, seu amor. Então eu gostaria de rezar junto com vocês. Rezemos juntos por esta nova missão, mas por toda a Igreja, pela paz no mundo, e peçamos esta graça especial a Maria, nossa mãe.
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
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