Lira: ‘Isenção para quem ganha R$ 5 mil é irrefutável, mas a compensação vai ser outra discussão’

O relator do projeto que propõe a reforma da renda no país, o deputado Arthur Lira (PP-AL), disse ser “irrefutável” aumentar a isenção no Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. Contudo, destacou a necessidade de se discutir o modelo de compensação da proposta. 

Lira defendeu um texto “equilibrado”, com estudos sobre medidas de equilíbrio fiscal para proporcionar aumentar a faixa de isenção no IR. No texto original, enviado pelo governo federal,  a gestão petista estabelece a seguinte arrecadação: R$ 25,22 bilhões com imposto mínimo de 10% para alta renda, e R$ 8,9 bilhões com tributação de remessa de dividendos ao exterior.

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Veja como fica a taxação dos ‘supersalários’ | Foto: Divulgação/Planalto

“Os números das compensações têm que ser exatos, corretos, claros e transparentes”, afirmou. “Fizemos diversas solicitações ao Ministério da Fazenda e à Receita Federal para que fornecessem os dados à comissão. Queremos nos debruçar nas contas de maneira mais objetiva e franca possível para que possamos escolher quais alternativas seguir. Então, se tem a isenção dos R$ 5 mil como irrefutável, a compensação vai ser outra discussão.”

A declaração ocorreu durante reunião na Casa da Liberdade, da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM), na quarta-feira. O relator afirmou que vai buscar “construir um texto integrado com a vida das pessoas” e que possa “melhorar o dia a dia de todos”. “É uma coisa que eu penso ser inevitável”, destacou.

Parlamentares criticam compensação da isenção do IR

Durante o encontro, parlamentares presentes criticaram as medidas de compensação tributária apresentadas pela gestão petista. O deputado Gilson Marques (Novo-SC) sugeriu ao relator um corte de gastos do governo para bancar a reforma da renda.

Ao ser indagado sobre as medidas de compensação, Lira disse ser necessário ter confiança para tributar onde for necessário.

Arthur Lira
O relator Arthur Lira discutiu a proposta com parlamentares | Foto: Sarah Peres/Revista Oeste

“Nós temos 550 bilhões anuais de desoneração, renúncia, incentivos, que são justos e outros não”, analisou. “Então vai depender muito da coragem e da vontade. A isenção para quem ganha R$ 5 mil é inevitável e, daí pra frente, acho que vai ser muito bonito, estou muito otimista.”

O relator sinalizou que a proposta pode acarretar em riscos de evasão de divisas, caso o texto final incentive distorções. Além disso, analisou ser importante analisar como vai ser determinada a compensação a Estados e municípios. Ele citou dados da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara (Conof), que indicam possível benefício a cidades com até 50 mil habitantes, mas prejuízo a municípios de médio e grande porte.

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