Diante de rombo nas estatais, economista que votou em Lula lamenta não ter privatizado mais quando era do BNDES

Chamada de “carrasca das estatais” durante sua atuação na Diretoria de Desestatização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no governo FHC, Elena Landau avalia que a quantidade de empresas que ainda estão nas mãos do Estado brasileiro é alta. “Coincidência ou não, cada vez que o PT assume o governo, o resultado delas, assim como de seus fundos de pensão, é sofrível, quando não é desastroso.”

Em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo na última quinta-feira, 8, a economista e advogada afirma ver na privatização um meio de atrair investimentos e melhorar a eficiência econômica do país. No entanto, ao ver o atual desempenho das empresas públicas federais, ela diz que só lamenta “não ter feito mais” . 

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As estatais federais registraram rombo bilionário no acumulado de 2024, resultado que se manteve durante o primeiro trimestre deste ano. 


O governo Lula nomeou 323 pessoas para cargos em companhias nas quais o Estado tem participação. De todos esses nomes, diz a ex-diretora do BNDES, o critério não foi exatamente a competência. “A prioridade foi agradar a aliados”, com uma justificativa de “diversidade na gestão”. 

Sob o pretexto da diversidade, o ex-piloto do avião presidencial Geraldo Correa Lyra Junior, virou conselheiro da empresa de energia elétrica Copel, em agosto de 2023, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o (agora ex) ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, estão no conselho da metalúrgica Tupy, na qual o BNDES tem participação. 

Agradar os ‘companheiros’ é a ética da gestão do PT, diz Estadão
Anielle Franco e Carlos Lupi, ministros da Igualdade Racial e da Previdência, respectivamente, entraram em 2023 para o conselho da Tupy | Foto: Reprodução/X

Privatização põe o Estado em suas reais funções, diz ex-diretora do BNDES

Na visão de Elena Landau, a Operação Lava Jato ampliou o apoio dos brasileiros às privatizações, mas pelos motivos errados. Segundo ela, o repúdio à corrupção falou mais alto que os benefícios trazidos pela desestatização, como a universalização da energia e telecomunicação e uma alocação mais eficiente dos recursos públicos.

A ex-diretora do BNDES lamenta a falta de comunicação mais efetiva sobre as vantagens de se reduzir o papel do Estado. Por causa dessa lacuna, poucos vinculam o sucesso da Embraer, por exemplo, à bem-sucedida privatização pela qual a empresa passou, em 1994. 

Por meio da privatização, conclui Elena, o Estado é colocado em suas reais funções, “aquelas não passíveis de substituição pelo setor privado”.

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