O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desistiu de participar de um evento patrocinado pela refinaria Refit em Nova York. A empresa possui uma dívida de R$ 20,38 bilhões em ICMS com São Paulo e Rio de Janeiro. A informação é do jornalista Cláudio Dantas.
Em março, a Refit devia R$ 10,87 bilhões ao Rio de Janeiro e R$ 9,51 bilhões a São Paulo, conforme a PGE-RJ. O Fórum Veja Brazil Insights Nova York será realizado em 13 de maio no luxuoso Hotel St. Regis, onde as diárias ultrapassam R$ 10 mil. O evento vai abordar os principais desafios e oportunidades do Brasil no cenário internacional.
Patrocinado por empresas como Refit, JBS e Cedae, além do governo do Rio de Janeiro, o fórum contará com a presença confirmada do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e do governador fluminense Cláudio Castro (PL-RJ).
Além de Tarcísio: outras figuras convidadas para evento bancado por refinaria
Barroso deve ser um dos palestrantes do evento, que também terá como convidados os parlamentares Hugo Motta (Republicanos-PB) e Ciro Nogueira (PP-PI). Já a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), não comparecerá, pois estará em viagem oficial com o presidente Lula à Rússia.
Todos os custos de deslocamento, hospedagem e alimentação dos participantes serão cobertos pelos patrocinadores. De acordo com o portal Poder360, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), recusou o convite há cerca de 20 dias.
Polêmicas envolvendo a Refit
A Refit, investigada em uma operação da Polícia Civil de São Paulo em dezembro de 2024, segue no centro de outras controvérsias. A ação incluiu mandados de busca na Fera Lubrificantes, localizada em Guarulhos, empresa ligada a Ricardo Magro, proprietário da refinaria.
Magro é acusado de sonegação fiscal, mas afirma que “todos os fatos serão esclarecidos na Justiça”. Ele já foi preso em 2016 por suspeita de envolvimento no desvio de recursos da Petros. Em fevereiro de 2024, o governo federal apresentou um projeto de lei para regulamentar os chamados devedores contumazes — empresas que, de forma reiterada, deixam de pagar tributos.
O texto define como devedor contumaz aquele que possui dívida superior a R$ 15 milhões, sem questionamento administrativo ou judicial válido, e maior do que o patrimônio declarado da empresa.
No Senado, dois projetos tratam do tema: um, relatado por Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), já foi aprovado na CCJ; o outro, sob relatoria de Efraim Filho (União Brasil-PB), ainda aguarda análise em plenário.
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