O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, minimizou as críticas relacionadas ao mapa-múndi divulgado pelo órgão na última quarta-feira, 7. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o chefe da instituição afirmou que “não há nada de errado” com o atlas, “já que o planeta é redondo”.
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A imagem divulgada pelo IBGE também é chamada de “mapa invertido”. De acordo com Pochmann, a instituição adota a prática de deslocar o Brasil dentro da lógica do Sul Global desde 2016.
Pochmann rebate as críticas
Sobre as críticas, o presidente do IBGE afirmou que a sociedade tem o direito de dar opiniões, mas a instituição tem autonomia para decidir. De acordo com ele, o material “passou por toda a área técnica antes de ser publicado”.

Os técnicos do IBGE desenharam o mapa para o Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global. O evento, organizado pela instituição, será realizado em Fortaleza no mês de junho.
“A representação com a qual estamos acostumados centraliza a Europa”, afirmou Pochmann. “A referência vem dos primeiros mapas do mundo, feitos no século 16. Com o tempo, a sociedade passou a refletir sobre isso. Na década de 1940, houve vários movimentos que defendiam a mudança.”
Mapa-múndi vira piada
O mapa-múndi com o Brasil no centro virou piada entre profissionais do mercado financeiro. Eles compararam o novo atlas com gráficos sobre o desempenho do mercado nacional.
CEO da corretora de investimentos Lev, Marcelo Cerize publicou o gráfico de desempenho do EWZ — que simboliza a atratividade da Bolsa de Valores do Brasil no exterior — de cabeça para baixo. “Estamos lançando o novo gráfico do EWZ para mostrar a posição de destaque que o mercado brasileiro ocupa no mundo”, escreveu.
A iniciativa de mudar o mapa oficial não é inédita. Em abril de 2024, o IBGE apresentou um mapa com o Brasil no centro, mas na orientação tradicional.
A novidade, naquela época, fazia parte da nona edição do Atlas Geográfico Escolar. O material foi duramente criticado, por conter erros científicos e tecnológicos.
Entre as falhas mais graves identificadas na publicação estavam confusões sobre os períodos Jurássico e Cretáceo. O IBGE errou a idade dos períodos geológicos por milhões de anos. O instituto reconheceu as imprecisões e publicou uma errata depois da repercussão negativa.
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