Sob pressão devido a denúncias de desvios em empréstimos consignados de aposentados e pelo avanço da inflação, o presidente Lula da Silva (PT) deve anunciar, em evento no Palácio do Planalto, um pacote de medidas para a área de energia. O foco do governo é tentar reduzir o custo de vida das famílias mais pobres.
O conjunto de iniciativas prevê o envio ao Congresso de duas propostas. A primeira é a isenção da conta de luz para 60 milhões de brasileiros. A segunda é um novo programa de auxílio-gás para 20 milhões de pessoas de baixa renda. Lula deve fazer o comunicado oficial das medidas quando voltar da viagem à Rússia e à China.
Lula: cobranças ao marqueteiro
As duas propostas, embora já conhecidas, agora serão relançadas com apelo de comunicação em um evento comandado pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira. A estratégia busca melhorar a percepção do governo, que tem enfrentado dificuldades para reagir a crises.
O maior prejuízo de imagem, conforme especialistas e membros da oposição, é nas redes sociais. Esse quadro explicaria principalmente o empenho do governo, com a ajuda do Judiciário, em criar mecanismos para censurar o uso das plataformas de comunicação digital, como Twitter/X, Instagram, Facebook, YouTube e TikTok, especialmente.
Palmeira lidera o esforço de marketing em um momento em que a gestão petista acumula desgastes e tenta se reposicionar sobretudo diante da opinião pública. Contra o governo pesa a percepção negativa crescente em razão de episódios marcantes, como a alta dos preços dos alimentos, a tentativa de taxar o Pix e, atualmente, o escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O novo programa de auxílio-gás receberá o nome de ‘Gás para Todos’, apesar do estudo em torno de ajustes internos. Conforme integrantes do governo, a proposta passou por diferentes formatos durante as discussões nas últimas semanas. O debate incluiu a possibilidade de ampliar o valor do cartão do Bolsa Família como meio de persuadir a simpatia do eleitor.
Governo pretende distribuir vouchers
Essa alternativa, contudo, perdeu força ante o receio de que os recursos migrassem para outros fins, descaracterizando o objetivo central da política, que é garantir o acesso ao gás de cozinha. Com a rejeição, as discussões se concentraram entre duas opções: a distribuição direta de botijões ou a criação de um voucher específico, que foi a opção escolhida pelo governo.
A meta é alcançar 20 milhões de famílias assim que o programa estiver plenamente implementado. A equipe econômica ainda estuda o formato de custeio e os mecanismos de fiscalização para evitar fraudes ou desvios no benefício.
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