O Pequeno Príncipe, escrito por Antoine de Saint-Exupéry em 1943, é um clássico da literatura mundial que continua a encantar gerações. A obra, originalmente publicada em francês, é reconhecida como a mais traduzida do mundo depois da Bíblia.
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Em 2017, o livro alcançou 300 traduções, o que garantiu o registro no Guinness Book como a obra mais traduzida por um único autor, com 382 traduções registradas oficialmente. Já em 2024, o site oficial do livro mostrou que o número de traduções havia ultrapassado 600, embora o dado ainda não tenha sido ratificado.
As traduções do livro
O site oferece um catálogo visual das capas em diferentes traduções. O livro foi traduzido para línguas raras, como toba, idioma indígena da Argentina, e latim. Até o esperanto, língua artificial criada para comunicação internacional, tem a versão do livro.
A diversidade linguística das traduções é ampla, o que engloba línguas como aramaico, assamês, bikol, chavacano, chamí, dzongkha, entre outras.
As versões tornam a obra um objeto valioso para estudos comparativos de tradução. Além disso, a adaptação para línguas indígenas e dialetos, como o guarani, demonstra a aceitação e relevância cultural.
Traduções no mundo lusófono
No âmbito da língua portuguesa, O Pequeno Príncipe conta com quatro traduções distintas: a versão brasileira, a de Portugal, a de Olivença, cidade espanhola onde o português é falado, e uma versão em minderico.
Esta última é uma língua de Minde, vila portuguesa conhecida pela história de resistência e comunicação secreta durante a Inquisição.

A primeira tradução brasileira, feita por Dom Marcos Barbosa, foi publicada em 1954 pela Editora Agir. A tradução foi a única disponível no Brasil por 60 anos e é notável pela interpretação específica de termos.
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A tradução da frase “Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé” como “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” gerou debates, pois “apprivoisé” sugere “domar” ou “domesticar”, e não “cativar” no sentido emocional.
Esse detalhe ilustra os desafios e nuances no processo de tradução, especialmente em obras literárias ricas e simbolicamente carregadas.
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