Durante uma audiência no Vaticano nesta segunda-feira, 12, o papa Leão XIV defendeu a liberdade de imprensa e pediu a libertação dos jornalistas presos “por terem buscado e relatado a verdade”. O apelo veio em meio a um cenário alarmante: segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), existem 567 comunicadores encarcerados ao redor do globo — e a China lidera o ranking desse cárcere, junto com outros países com histórico de governos liderados por comunistas.
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Os chineses respondem por 20% das prisões. A RSF estima que haja 114 jornalistas presos no país. Além da China, figuram entre os maiores repressores da imprensa a Birmânia (59 presos), Bielorrússia (47), Rússia (46) e Vietnã (37). Todas são nações que passaram por ditaduras comunistas — e ainda vivem a influência desse passado recente.
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A Rússia, por exemplo, chegou a ser a principal potência comunista no mundo até 1990, quando houve a dissolução da União Soviética — bloco cujo comando ficava a cargo de Moscou. Atualmente, a população russa vive sob um governo liderado por Vladimir Putin, no controle do país desde o ano 2000.
Ex-agente da KGB, o grande órgão de repressão soviético, Putin é visto como um czar contemporâneo que aprisiona opositores — muitos dos quais terminaram mortos em condições suspeitas. Uma dessas vítimas foi Victoria Roshchyna, jornalista ucraniana presa por fazer reportagens em áreas ocupadas pelos russos. Ela morreu em 2024, aos 27 anos, depois de meses na prisão.
Quem são os jornalistas presos?
A maioria dos detidos são profissionais: 446 nomes, entre blogueiros, colunistas, repórteres, apresentadores e articulistas. Outros 86 são comunicadores voluntários, cidadãos que se dedicam à divulgação de informações por conta própria. Mesmo nesse grupo, os chineses também lideram: mantêm 24 deles atrás das grades.

Não por acaso, a China aparece com uma das piores pontuações do planeta no índice de liberdade de imprensa da RSF. Apenas dois países estão em situação mais opressiva: Eritreia e Coreia do Norte. Ainda assim, as notas são próximas — 14,8 para a China, 12,6 para a Coreia do Norte e 11,3 para a Eritreia.
No extremo oposto do ranking, como exemplos de liberdade plena, estão Noruega (92,3), Estônia (89,4), Holanda (88,6), Suécia (88,1) e Finlândia (87,2). Nenhum jornalista está preso nesses países. Todas são democracias liberais com altíssimo Índice de Desenvolvimento Humano, o que reforça uma correlação clara: quanto mais liberdade há, melhor se vive.
O post Países de tradição comunista são os que mais prendem jornalistas apareceu primeiro em Revista Oeste.