Projeto de Alcolumbre sobre penas de presos do 8/1 enfrenta resistência de Lula

Apesar de ter nascido como uma alternativa que agrade a direita e esquerda sobre a anistia, o projeto de lei do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que propõe uma revisão das penas para os manifestantes envolvidos nos atos do 8 de janeiro, tem gerado forte oposição, especialmente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação é do jornal O Globo.

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Conforme a publicação, o chefe do Executivo rejeita toda forma de anistia e considera a proposta de Alcolumbre uma tentativa de “passar pano” aos envolvidos na invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, ocorrida há pouco mais de 2 anos.

Entre os aliados de Lula, há a percepção de que o presidente do Senado poderia utilizar esse projeto como um mecanismo de “chantagem política”.

Críticas do governo Lula ao projeto de Alcolumbre

Fachada do Congresso Nacional, a sede das duas Casas do Poder Legislativo brasileiro, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
Fachada do Congresso Nacional, a sede das duas Casas do Poder Legislativo brasileiro, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal | Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Descrito como ainda mais ambicioso que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, Alcolumbre enfrenta críticas da base do governo por sua estratégia. A preocupação é que a proposta coloque Lula em uma posição desconfortável, ao associar seu governo à iniciativa.

Elaborada em conjunto com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a proposta busca neutralizar o projeto de anistia que tramita com urgência na Câmara. A estratégia é endurecer as penas para líderes da suposta tentativa de golpe e suavizar para os que teriam sido utilizados como “massa de manobra”.

Embora senadores como Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Jaques Wagner (PT-BA) apoiem a iniciativa, ela enfrenta resistência no governo, especialmente entre ministros mais ligados ao PT. Um ministro destacou ao jornal O Globo a importância de “cumprir a Constituição e a Lei para proteger a democracia”.

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Outro ministro considerou o projeto “ingênuo” e advertiu que poderia “fortalecer os golpistas” ao dar vitória aos participantes de menor importância. A proposta também aborda a questão de evitar dupla punição para um mesmo ato, tema já debatido no STF.

Debate no STF

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)
Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília | Foto: Divulgação/STF

No Supremo, os ministros Luís Roberto Barroso e André Mendonça têm opiniões divergentes: Mendonça acredita que o crime de abolição violenta do Estado democrático de direito já inclui o golpe de Estado, enquanto Barroso defende condenações específicas para golpe de Estado.

O projeto de Alcolumbre busca clarificar essas divergências e estabelecer um padrão claro para todos os ministros da Suprema Corte seguirem. Tal uniformidade é crucial, na visão dos parlamentares apoiadores da medida, para garantir decisões judiciais consistentes.

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