Estadão: Petrobras recua e parece enfrentar ‘visão eleitoreira de Lula’ sobre a estatal

Em editorial publicado nesta sexta-feira, 16, o jornal O Estado de S. Paulo afirma que Magda Chambriard, presidente da Petrobras, aparentemente recuou em relação ao deslumbramento exibido em manifestações públicas anteriores.

Contudo, segundo o texto, uma posição mais austera da CEO da estatal enfrenta o risco de interferência do governo Lula, que historicamente usou a estatal para impulsionar agendas populistas e projetos de baixo retorno.

Magda Chambriard admitiu que deve cortar parte dos US$ 111 bilhões previstos para investimentos nos próximos cinco anos. Em reunião com analistas financeiros, ela citou a queda no preço do petróleo e a alta do dólar como fatores que exigem revisão das metas.

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A fala sinaliza distanciamento da euforia ensaiada semanas antes, quando encerrou uma conferência internacional nos Estados Unidos com o entusiasmado bordão “let’s drill, baby!” (“vamos perfurar, bebê!”).

O editorial mostra que a frase, associada ao presidente norte-americano Donald Trump, gerou desconforto ao ser usada como símbolo do avanço na Margem Equatorial, região considerada sensível do ponto de vista ambiental.

Desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras voltou a planejar cifras bilionárias para os próximos cinco anos. O atual plano quinquenal supera os US$ 100 bilhões — patamar visto pela última vez no governo Dilma Rousseff, quando a petroleira previa aplicar US$ 130 bilhões entre 2015 e 2019.

Na gestão anterior, o montante havia sido ainda maior: US$ 220 bilhões no período de 2014 a 2018. O resultado foi desastroso. Em 2015, a empresa atingiu R$ 500 bilhões em dívida bruta, com apenas R$ 100 bilhões em caixa — o maior endividamento do setor no mundo.

A raiz do problema foi o excesso de gastos em projetos de baixa viabilidade econômica, muitos motivados por interferência política.

Petrobras impõe freio à agenda de “gastança”

Diante de um cenário global instável, Chambriard parece querer sinalizar ao mercado que não repetirá a fórmula da gastança. A atual diretoria da Petrobras estuda cancelar ou adiar projetos considerados caros ou arriscados.

De acordo com o Estadão, entre os que devem passar por reavaliação estão a produção de fertilizantes e o retorno à área de refino e petroquímica.

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Embora não tenha citado diretamente o governo federal, a presidente evitou responder se a nova postura comprometerá os planos do presidente Lula. Preferiu dizer que está fazendo o mesmo que outras grandes petroleiras.

“O problema é que, por aqui, a mão do governo sempre pesa sobre a Petrobras, e é preciso saber se a presidente da empresa realmente conta com o aval do presidente da República para colocar seus planos em prática”, finaliza o Estadão.

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