O governo do Rio Grande do Sul começa, neste sábado, 17, a instalação de sete barreiras de desinfecção em estradas do interior do município de Montenegro, no Vale do Caí. A medida busca conter a disseminação do vírus da gripe aviária H5N1, identificado em uma granja com 17 mil aves. Todos os animais morreram, segundo a Secretaria de Agricultura do Estado.
“Nós não fomos pegos de surpresa, o setor produtivo e comercial”, afirmou o secretário adjunto de Agricultura do RS, Márcio Madalena. “Sabíamos que, pela questão das aves migratórias, provavelmente em maio haveria a possibilidade de ocorrência de casos de síndrome respiratória de aves no nosso Estado.”
Este é o primeiro caso confirmado da doença em uma granja comercial no Brasil. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou estado de emergência zoossanitária por 60 dias no município, na área que abrange dez quilômetros ao redor do local onde houve a detecção.
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O Mapa ainda pode alterar a abrangência da área, de acordo com a evolução das investigações epidemiológicas e dos trabalhos de vigilância zoossanitária animal em execução.
Montenegro abriga 520 granjas e duas indústrias de processamento de frango voltadas à exportação. Toda a produção está paralisada. A suspensão das exportações segue normas internacionais de sanidade animal.
O prefeito da cidade, Cristiano Braatz, cobra agilidade do Estado nas medidas. “Somos os maiores exportadores de carne de frango do Brasil”, diz Braatz. “Por isso, estamos esperando por parte do governo do Estado agilidade no que tange à higienização e sanitização dessa granja que foi atingida para que possamos mais rapidamente voltar exportar carne de frango e também ovos para outras partes do mundo.”
Barreiras usadas para tentar frear avanço da gripe aviária
As barreiras ficarão em pontos estratégicos, como a RS-124, a balança de pesagem da Agência Nacional de Transportes Terrestres e nas proximidades do pedágio da CCR ViaSul na rodovia. Elas devem operar por, no mínimo, sete dias, podendo permanecer por mais tempo, conforme o avanço do monitoramento.
Os pontos de controle obrigam a parada de veículos considerados de maior risco, como caminhões de carga viva, de ração animal e de coleta de leite. Eles passam por desinfecção com produtos específicos em áreas laterais das estradas. As medidas não afetam a zona urbana de Montenegro.
Além das barreiras viárias, equipes do Serviço Veterinário Oficial visitarão 540 propriedades rurais localizadas dentro de um raio de até 10 km da granja afetada. Todos os estabelecimentos, inclusive os que possuem apenas equinos ou bovinos, vão passar por inspeção.
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De acordo com nota divulgada pelo governo do Estado neste sábado, além dessas ações, o Zoológico de Sapucaia do Sul, na região metropolitana, ficará fechado por tempo indeterminado. Haverá também o cancelamento de torneios e eventos de aves no Rio Grande do Sul.
O governo também afirma que o consumo de carne de aves e ovos armazenados em casa ou em pontos de venda é seguro. “A doença foi detectada em uma granja voltada para a reprodução”, diz comunicado. “A população pode se manter segura, não havendo qualquer restrição ao seu consumo.”
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