Em artigo neste domingo, 18, o jornal O Estado de S. Paulo critica o padrão das viagens internacionais realizadas pelo presidente Lula da Silva e sua equipe. Para o veículo, a política externa do governo prioriza agendas no exterior em prejuízo das urgências internas, refletindo um distanciamento das lideranças nacionais em relação à realidade brasileira.
Conforme o texto, as comitivas presidenciais se destacam não apenas pelo número inflado, mas sobretudo pela presença de figuras centrais da República. Entre elas, ministros de Estado, parlamentares influentes e até membros do Judiciário. Na avaliação do jornal, há uma nova diplomacia baseada em superlativos, com viagens que funcionam mais como vitrines políticas do que como ferramentas eficazes de relações internacionais.
Lula patrocina a ausência institucional
Entre os exemplos citados, está a viagem de Lula a Pequim, com cerca de 30 autoridades, incluindo 11 ministros e líderes do Congresso. Em outra ocasião, a comitiva para o Japão chegou a reunir 220 pessoas, entre elas os presidentes da Câmara e do Senado (atuais e anteriores). Do mesmo modo, no Vaticano, durante o funeral do papa Francisco, o grupo incluía 20 autoridades brasileiras.
Embora o artigo reconheça que viagens internacionais possam ser úteis à ampliação de parcerias e relações comerciais, a questão é saber se realmente justifica deslocar um número tão expressivo de autoridades. Em tempos de crise econômica, defende o texto, o ideal seria adotar posturas mais comedidas, inclusive para evitar gastos milionários com transporte, hospedagens e outras demandas logísticas.
Para o jornal, a motivação por trás dessas viagens vai além da diplomacia. O artigo sugere que, ao tirar do país figuras-chave do Congresso, Lula estaria buscando adiar discussões internas indesejadas. Além disso, teria a oportunidade de exercer mais influência e controle tanto sobre aliados quanto potenciais adversários. A análise cita nomes como Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB).
A crítica central é que, ao mesmo tempo em que a população enfrenta desafios concretos, como inflação, desemprego e insegurança pública, as principais lideranças da República estariam mais preocupadas com articulações de bastidores e demonstrações de prestígio no exterior. O jornal conclui que falta ao governo um “plano de voo claro e consistente”, com foco no enfrentamento dos problemas do Brasil atual.
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