O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, sugeriu nesta segunda-feira, 19, que Israel seja excluído de competições e eventos internacionais, como o festival de música Eurovision, devido ao conflito com o Hamas na Faixa de Gaza.
Em discurso durante um evento em Madri, Sánchez comparou sua sugestão à exclusão da Rússia de eventos internacionais depois da invasão da Ucrânia. “Ninguém se escandalizou quando a Rússia foi afastada. Israel também deveria ser”, afirmou. “Não podemos aceitar dois pesos e duas medidas, nem na cultura.”
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O chefe de governo também enviou “um abraço de solidariedade aos povos ucraniano e palestino, que estão sofrendo com a insensatez da guerra e dos bombardeios”. O premiê disse que a Espanha está mostrando um compromisso constante e “coerente” com a legalidade internacional.
El compromiso de España con los derechos humanos debe ser constante y coherente. También desde Europa.
Si se le exigió a Rusia no participar en Eurovisión tras la invasión de Ucrania, tampoco debería hacerlo Israel.
No podemos permitir dobles estándares, tampoco en la cultura. pic.twitter.com/1G6g2bIE5E
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) May 19, 2025
Sánchez destacou o papel da cultura como ferramenta para combater o medo, expressar emoções e unir sociedades, e criticou uma cultura “banal, silenciosa e neutra”. Segundo ele, a cultura, “a forma mais autêntica e livre de expressar ideias”, deve servir para defender a democracia e exigir o fim das guerras na Ucrânia e em Gaza.
Sobrevivente do ataque do Hamas conquista 2º lugar no Eurovision
Durante o festival de música Eurovision, a emissora estatal Radio Televisión Española exibiu a mensagem “paz e justiça para a Palestina” antes da final do festival, apesar do risco de sanções da organização do concurso por violar as regras de neutralidade política do concurso.
A União Europeia de Radiodifusão, organizadora do evento, alertou que poderia multar a estatal espanhola caso repetisse os comentários sobre a guerra entre Israel e Hamas.
Israel foi representado neste ano por Yuval Raphael, sobrevivente do massacre terrorista de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu o território israelente e matou mais de 1,5 mil pessoas. A cantora, vaiada em várias ocasiões, ficou em segundo lugar, com 357 pontos, atrás do representante da Áustria, que atingiu 436.
Militantes pró-palestina protestaram contra a participação da cantora em Basileia, na Suíça, onde o concurso aconteceu. O grupo queimou bandeiras de Israel e dos EUA e marchou com cartazes como “Não à Música para Assassinatos” e “Cantem enquanto Gaza Arde”. O ato terminou em confronto com a polícia, pouco antes da apresentação da artista israelense.
Sánchez tem histórico de posturas contra Israel
Na semana passada, Pedro Sánchez disse ao Congresso da Espanha que o governo não comercializa com “um Estado genocida”, em referência a Israel. O governo israelense convocou a embaixadora espanhola no país diante da declaração do chefe de governo.
Em 24 de abril, Sánchez anunciou o cancelamento de um contrato com uma empresa israelense para aquisição de munições. O objetivo foi preservar a coalizão com o partido de esquerda Sumar, seu parceiro de governo.
O contrato, avaliado em 6,6 milhões de euros, previa a compra de 15 milhões de projéteis da IMI Systems destinados à Guarda Civil espanhola. Israel condenou a rescisão, afirmando que o governo espanhol estava “sacrificando considerações de segurança por motivos políticos”.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores israelense, a Espanha segue “do lado errado da história”.
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