Uma reivindicação por reformas no sistema eleitoral da Confederação Brasileiro de Futebol (CBF) mobilizou as principais ligas e clubes do futebol brasileiro, que apresentaram um manifesto conjunto ao órgão, nesta segunda-feira, 19. O documento solicita mudanças no peso dos votos na escolha da diretoria da confederação.
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O pleito extraordinário da CBF, agendado para o próximo domingo, 25, foi convocado depois da saída de Ednaldo Rodrigues do comando da entidade. A decisão teve origem no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Apenas uma chapa está inscrita, encabeçada por Samir Xaud, da Federação Roraimense de Futebol, que tem o caminho livre para assumir a presidência da CBF.
Disputa eleitoral e insatisfação dos clubes com a CBF

Rodrigues foi afastado da presidência na última quinta-feira, 15, por suspeitas quanto à validade de um acordo que o mantinha no cargo. Nesta segunda-feira, 19, ele anunciou que não tentará voltar ao posto. Enquanto presidente interino, Fernando Sarney, vice-presidente, já havia marcado as novas eleições.
Houve tentativa de lançamento de uma chapa adversária, de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) que tinha o apoio de 29 clubes das Séries A e B, mas não obteve êxito.
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Insatisfeitos com as regras atuais para pleitos na entidade máxima, os clubes criticam a exigência de apoio de oito federações e cinco clubes para registro de candidatura. A composição do colégio eleitoral é da seguinte maneira: 27 federações estaduais (com voto de peso três), 20 clubes da Série A (peso dois) e 20 da Série B (peso um).
Reivindicações das ligas e composição dos grupos
As ligas Libra e LFU argumentam que o poder dos clubes é inferior ao das federações estaduais no processo, o que consideram desproporcional. Entre os integrantes da Libra, estão Atlético-MG, Bahia, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos, Vitória, Paysandu, Remo, ABC, Guarani e Sampaio Corrêa. Contudo, o Palmeiras, presidido por Leila Pereira, aliada de Ednaldo Rodrigues, não assinou o manifesto.
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Já a LFU reúne equipes, como Botafogo, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, Mirassol, Sport, Vasco, Atlético-GO, Athletico-PR, Amazonas, América-MG, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cuiabá, CRB, Goiás, Novorizontino, Operário-PR, Vila Nova, CSA, Figueirense, Ituano, Londrina, Náutico, Ponte Preta e Tombense.
Confira a nota conjunta na íntegra
“OS CLUBES ENTRARAM EM CAMPO PARA UM NOVO FUTEBOL NO BRASIL. O futuro do futebol brasileiro é inegociável para nós. E os Clubes brasileiros estão juntos, mobilizados e conscientes de que este momento, de mais uma eleição conturbada para a escolha da próxima liderança à frente da Confederação Brasileira de Futebol, demanda ações e medidas objetivas de transformação, transparência e modernização do nosso futebol. Por isso os Clubes exigem que a CBF avance com prioridade e urgência nos seguintes pontos:
- Alteração do processo eleitoral, especialmente no que se refere ao peso dos votos;
- Obrigatoriedade da participação dos Clubes em todas as Assembleias Gerais da CBF;
- Compromisso de criação da Liga e reconhecimento de que as propriedades comerciais das Séries A e B pertencem aos Clubes;
- Alteração das regras de governança, dando efetivamente poder executivo à Comissão Nacional de Clubes;
- Profissionalização da arbitragem garantindo dedicação exclusiva dos árbitros das séries A e B, e investimento em treinamento permanente;
- O calendário do ciclo 2026-2030 precisa ser aprovado por Libra e LFU em conjunto com CBF;
- Fomento e apoio financeiro especialmente direcionado às Séries B, C;
- Estabelecimento de regras de “Fair Play” financeiro.
Estamos em campo e estaremos juntos e unidos por um futebol brasileiro cada vez mais forte. SEM CLUBE NÃO EXISTE FUTEBOL.”
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