O ex-presidente Jair Bolsonaro rompeu o silêncio sobre a denúncia que envolve seu ex-assessor Filipe Martins e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de construir uma “narrativa” conveniente com fins políticos.
Em publicação nas redes sociais, Bolsonaro afirma que o processo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes ignora provas técnicas e transforma suposições em verdades.
A reação surge depois da defesa de Filipe solicitar ao STF o acesso aos dados de geolocalização do celular que ele usava em 2022.
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O pedido busca contestar a acusação de que o ex-assessor participou de reuniões no Palácio da Alvorada nas quais se discutiria uma tentativa de ruptura institucional.
Filipe, segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, esteve com Bolsonaro em cinco ocasiões entre novembro e dezembro daquele ano.
A defesa, por exemplo, argumenta que registros da empresa Uber e dados de localização poderiam comprovar o oposto. Contudo a operadora TIM negou acesso ao histórico do aparelho. A solicitação agora está nas mãos de Moraes.
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– A suposta participação de Filipe G.Martins em uma “reunião golpista de araque” no Palácio da Alvorada é mais uma peça escabrosamente mal encaixada em uma narrativa política construída, desde o início,… pic.twitter.com/3rNaDhPEyj
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 22, 2025
Ao comentar o caso, Bolsonaro classificou a denúncia como “mais uma peça escabrosamente mal encaixada” em um enredo criado para alimentar manchetes e atingir politicamente seus aliados.
Para ele, a acusação contra Martins se sustenta não por provas, mas pela repetição sistemática de ilações.
“Dizer que ele esteve presente ali, quando registros técnicos mostram seu celular a quilômetros de distância, é mais do que um erro — é uma tentativa deliberada de manipular a opinião pública com uma versão conveniente da história”, escreveu o ex-presidente.
Bolsonaro vê “máquina de narrativas” e condenação prévia
Além disso, Bolsonaro acusou o STF de agir com má-fé e desonestidade intelectual. Segundo ele, o uso seletivo de informações, como a omissão dos dados de localização, evidencia o viés político do inquérito.
“Nunca se tratou de apurar os fatos com seriedade, mas de alimentar uma narrativa pronta”, disse o político. “A lógica é simples: se não há crime, inventa-se um roteiro.”
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O ex-presidente ainda questionou o conceito de democracia utilizado por seus críticos. Para ele, a “leviandade com que nomes estão sendo arrastados para o centro de uma conspiração mal comprovada é horripilante para o que dizem ser uma democracia.”
No trecho final da nota, Bolsonaro destacou que Martins é mais uma vítima da “máquina de narrativas que transforma factoides em certezas”. E concluiu: “Se queremos preservar o Estado de Direito, é preciso dizer com todas as letras: isso não é investigação — é perseguição”.
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