Enquanto a velha imprensa se mantém ocupada em fabricar narrativas seletivas, um episódio de violência política explícita foi ignorado pelos grandes veículos. Na quinta-feira 15, o vereador Carlão Pelo Bem (PL) precisou conter, dentro de seu próprio gabinete na Câmara Municipal de João Pessoa (PB), um militante armado com uma faca. José Belo, o agressor, tem histórico conhecido na política local: foi candidato a vereador e a deputado estadual pelo PT.
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O episódio, que por si só já é grave, expõe algo ainda mais alarmante. Belo vinha, há tempos, causando temor em ambientes religiosos da capital paraibana. “Por mais de três vezes, ele havia entrado no banheiro feminino da comunidade da qual faço parte”, contou Carlão a Oeste. “As mulheres ficaram assustadas, vieram conversar comigo e com outros rapazes. Ele só não foi preso porque, no dia, preferimos evitar um constrangimento ainda maior em plena celebração religiosa.”
E não parava por aí. Segundo o vereador, Belo também costumava intimidar mulheres voluntárias que atuavam na venda de alimentos para arrecadar fundos para a igreja. “Ele ficava pressionando, assustando e, às vezes, até ameaçando as mulheres que estavam no caixa vendendo cachorro-quente e refrigerante”, declarou. “Criou um ambiente completamente insalubre. A comunidade estava com medo dele.”
O clima ficou ainda mais tenso quando Carlão tentou intervir. “Fui conversar com ele, pedi que parasse com aquilo”, justificou. “Ele tentou me agredir, desferir um soco. Consegui me defender. Sou faixa preta em jiu-jitsu, mas agi com cautela e pedi que ele se retirasse. Pedi que respeitasse o ambiente sagrado e parasse de entrar no banheiro feminino.”
Invasão e ataque
Segundo o vereador, depois do episódio na comunidade religiosa, Belo passou a procurá-lo insistentemente na Câmara. “Soube que ele esteve lá três vezes me procurando”, disse o parlamentar. “Na quinta-feira 15, fiz um discurso duro denunciando os escândalos de corrupção do PT e, logo depois, ele invadiu meu gabinete.”
E o relato de Carlão é claro sobre como tudo aconteceu: “Ele empurrou um assessor e entrou gritando. Disse que tinha sido candidato pelo PT e que eu não gostava do partido. Quando respondi que não era só eu, mas todo contribuinte que via seu dinheiro sendo jogado no lixo, ele perdeu o controle.”
A invasão foi antecedida por uma sessão carregada de tensão. “Um vereador do PT se exaltou, bateu na mesa e disse: ‘Agora vai ter cacete’. Isso está tudo registrado nos anais da Câmara”, relembrou o vereador. “Depois disso, meu gabinete foi invadido por um militante da esquerda armado com uma faca. E ainda querem relativizar esse ato?”
Se fosse o contrário…
O vereador não deixou de apontar o silêncio ensurdecedor da velha imprensa sobre o episódio. “Ele sabia o que estava fazendo”, assegurou Carlão. “Ele entrou com faca. Entrou armado. Invadiu um gabinete. Isso é crime. Se fosse o contrário, se fosse alguém ligado à direita invadindo o gabinete de um vereador do PT com uma faca, a manchete da grande imprensa já estava pronta: violência bolsonarista. Mas como é um militante da esquerda, fazem silêncio.”
PT se cala e tenta inverter o jogo
A resposta do PT não fugiu do script: limitou-se a informar que José Belo não é mais filiado ao partido. Em nota assinada pelas direções estadual e municipal, tentou responsabilizar a “violência da direita” pelo ocorrido.
“Isso é um absurdo”, disparou Carlão. “O mínimo que o PT deveria fazer era se retratar, lamentar e pedir desculpas por ter dado legenda a uma pessoa como essa.”
Belo foi levado à Central de Polícia, assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência e foi liberado logo em seguida. Alegou que carregava a faca para “defesa pessoal” e ainda culpou a ausência de detectores de metais na Câmara pela facilidade de acesso com a arma.
O post ‘Agressão do bem’: militante de esquerda invade Câmara com faca e grande mídia silencia apareceu primeiro em Revista Oeste.
