Na quinta-feira 22, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista e suspendeu quatro julgamentos do 8 de janeiro. A sessão, que começou há sete dias no plenário virtual, deveria ter se encerrado ontem.
Apesar do ato de Fux, já há maioria, na 1ª Turma, pela condenação dos manifestantes Cristiane Angelica Dumont Araujo, Lucimário Benedito de Camargo Gouveia, Roberto Rosendo e João Martinho de Oliveira a 14 anos de prisão.
Fux, agora, terá até 90 dias para se manifestar. Os quatro réus estão sendo julgados por um colegiado composto de cinco integrantes.
Não é a primeira vez que o juiz do STF interrompe o veredito aos manifestantes, por discordar da dosimetria das penas. No mês passado, Fux o fez com Débora dos Santos, de 39 anos. A cabeleireira de Paulínia (SP) ficou conhecida por escrever, com batom, a frase “perdeu, mané” na Estátua da Justiça. O magistrado entendeu que ela deveria cumprir apenas um ano de cadeia. Posteriormente, os demais integrantes do colegiado atribuíram crimes à mulher que, somados, dão 14 anos de prisão.
Quem são alguns dos manifestantes cujos julgamentos foram suspensos por Luiz Fux

Um dos manifestantes em julgamento é o empresário Lucimário Benedito de Camargo Gouveia, 59, ex-presidente da Câmara de Dirigentes Logistas de Rio Verde (GO).
Em um vídeo gravado durante o 8 de janeiro, ele aparece enrolado em uma bandeira registrando acontecimentos.
A Polícia Federal prendeu Gouveia em Rio Verde (GO), em 27 de janeiro de 2023, em virtude do 8 de janeiro.
Pai de duas crianças menores, uma de 11 e outra de 13 anos, o homem pediu justiça gratuita tão logo foi preso. Em uma das peças da defesa, os advogados informaram ao STF que, na cadeia, o empresário apresentou quadro de catarata. “Já perdeu a visão do olho esquerdo e com prejuízo grave de perda de visão no olho direito, com risco eminente de perda total da visão de ambos os olhos, documentos em anexo”, disse a defesa, ao mencionar que o homem tem ainda colesterol alto.
Cristiane, 59, é autônoma e, à época em que o 8 de janeiro ocorreu, vivia em uma kitinet em São José (SC). Conforme a defesa da mulher, ao chegar à Praça dos Três Poderes, a quebradeira já havia começado. Para fugir das bombas de efeito moral, refugiou-se no Senado, onde acabou detida. Também autônomo, Rosendo, 60, veio de Campo Grande (MS) para uma manifestação que achou que seria pacífica, porém, acabou preso no interior do Parlamento.
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