Rússia usou pneus para camuflar aviões de combate e enganar drones da Ucrânia; entenda

No último domingo, 1º, a Rússia usou uma estratégia incomum para evitar os ataques de drones ucranianos: colocou pneus sobre aviões de guerra para proteger as aeronaves. Conforme especialistas, a borracha dos pneus serviria para absorver parte dos impactos e reduzir danos causados por explosões e estilhaços de drones kamikaze.

Além de amenizar explosões, os pneus podem atuar como isolantes térmicos — o que dificulta a detecção das aeronaves por sensores infravermelhos instalados em drones e mísseis guiados por calor. Os pneus também alteraram o formato visual dos aviões, de modo que atrapalhou o reconhecimento automático pelos drones. Mas essa estratégia se mostrou falha, porque os drones empregaram inteligência artificial para atingir pontos críticos, como tanques de combustível.

+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste

Imagens do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) mostram que, mesmo com a proteção, vários caças foram atingidos, enquanto em outros casos o impacto do projétil foi retardado antes de explodir.

A Operação Teia de Aranha

No ataque, nomeado Operação Teia de Aranha, a Ucrânia danificou ou destruiu mais de 40 bombardeiros russos em cinco bases. Esse número equivalente a um terço da frota de longo alcance da Rússia. Entre as aeronaves atingidas estavam modelos A-50, Tu-22M e Tu-95, fundamentais para o arsenal nuclear do país. A Rússia conta com mais de 120 aviões desse tipo.

A localização desses aviões sempre foi conhecida por causa de acordos internacionais de limitação de armas estratégicas, que exigem que tais equipamentos permaneçam visíveis para satélites. Imagens de satélite divulgadas por empresas especializadas e repassadas à agência Reuters confirmaram a destruição em bases como a de Bekaya. Bombardeiros ficaram destruídos ou severamente danificados.

A ofensiva da Ucrânia contra a Rússia

A operação surpreendeu pela logística: os drones foram transportados escondidos em contêineres de caminhões, que circularam disfarçados por regiões do território russo até se aproximarem das bases aéreas. No momento do ataque, mecanismos remotos abriram o topo dos contêineres, de maneira a liberar os drones armados com explosivos para os bombardeios.

Autoridades russas não esperavam a ofensiva. Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, qualificou a ação como “brilhante”. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, os ataques causaram incêndios e danos em quatro bases na região de Irkutsk, distante 4,3 mil km da Ucrânia, além de cidades como Murmansk, Ivanovo, Ryazan e Amur.

A distância dos alvos, além do alcance usual de drones ou mísseis ucranianos, exigiu transporte especial dos equipamentos até pontos estratégicos próximos. O ataque atingiu mais de 40 aviões, incluindo bombardeiros A-50, Tu-95 e Tu-22M, usados tradicionalmente pela Rússia em ofensivas contra a Ucrânia e para coordenação de defesas aéreas.

O plano

Segundo o jornal Financial Times, a Inteligência ucraniana estima que os danos ultrapassaram US$ 7 bilhões, o que afetou quase 35% da frota estratégica russa de transporte de mísseis. Diferentemente de mísseis, aviões desse porte não podem ser facilmente substituídos, o que representa uma perda significativa para Moscou.

A Operação Teia de Aranha envolveu um ano e meio de planejamento e teve a coordenação do chefe do Serviço Secreto Ucraniano, Vasyl Maliuk.

O post Rússia usou pneus para camuflar aviões de combate e enganar drones da Ucrânia; entenda apareceu primeiro em Revista Oeste.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.