Trabalho escravo, ameaças e humilhação: as denúncias contra a clínica Religare

Em 23 de março, Oeste noticiou denúncias contra a clínica Religare Centro de Reabilitação, cujo dono é identificado como Alex Sandro José Firmino. Trata-se de um centro terapêutico especializado em tratamento de crianças e adolescentes autistas. O consultório está localizado em Santo André, no ABC Paulista.

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Investigações da Polícia Civil sugerem que a clínica se aproveita das dores das famílias para cometer crime de estelionato. A empresa de planos de saúde Sul América, que cobre algumas das terapias para autistas, acusa a clínica de fraudar reembolsos que seriam pagos às famílias.

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Investigações da Polícia Civil sugerem que a clínica se aproveita das dores das famílias para cometer crime de estelionato | Foto: Reprodução/Freepik

Segundo a denúncia, a clínica Religare faturou quase R$ 50 milhões de forma ilícita de janeiro de 2022 a julho de 2023, em razão das fraudes.

Outras denúncias contra a Religare

No entanto, os casos que envolvem a Religare vão além do crime de vantagem ilícita. Oeste teve acesso a um documento do Ministério Público do Trabalho, que denuncia trabalho escravo, ameaça com arma de fogo e humilhação por parte de Alex Sandro contra alguns funcionários.

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As denúncias coincidem com relatos de mães e de ex-funcionários da clínica. Uma ex-terapeuta da Religare, que não quis se identificar, afirmou a Oeste que Alex Sandro “gritava com algumas funcionárias da clínica”. “Ele chegava a chutar as portas”, contou. “As reuniões davam muito medo, porque ele amedrontava as pessoas.”

Reembolso sem desembolso

As fraudes que envolvem o plano de saúde Sul América, conforme a denúncia, são chamadas de “reembolso sem desembolso”. Em alguns casos, o convênio médico teria de pagar por consultas que não foram realizadas.

Uma fonte consultada por Oeste, que não quis se identificar, afirmou que a clínica manda uma pessoa em diferentes unidades de saúde para abordar as mães cujo filho tem essa condição | Foto: Reprodução/Freepik
Uma fonte consultada por Oeste, que não quis se identificar, afirmou que a clínica manda uma pessoa em diferentes unidades de saúde para abordar as mães cujo filho tem essa condição | Foto: Reprodução/Freepik

Pais de crianças autistas relataram que a clínica coletava as assinaturas das sessões dias antes de serem realizadas. Contudo, segundo a denúncia, nem todas as terapias marcadas no relatório eram feitas. Nesse caso, o centro recebia o reembolso dos dias que a criança não compareceu à clínica.

Oeste conversou com Alex Sandro. Ele negou todas as acusações. O dono da Religare afirmou que “tudo não passa de uma mentira, com o objetivo de prejudicá-lo”.

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