“Vamos caçar os responsáveis, estejam onde estiverem.” É o que declarou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ao reagir ao atentado contra o senador Miguel Uribe, baleado durante um evento público em Bogotá neste sábado, 7. O parlamentar, que havia anunciado sua pré-candidatura à Presidência, está internado em estado crítico depois de ser atingido por dois disparos nas costas.
O ataque ocorreu no distrito de Fontibón, diante de uma multidão que acompanhava o discurso do senador. Imagens divulgadas nas redes mostram o momento dos tiros e o desespero dos presentes. Uribe recebeu ajuda de civis e policiais, que o levaram às pressas até uma ambulância.
O agressor, segundo as autoridades, é um bandido de 15 anos que portava uma pistola Glock. Ele foi apreendido no local. A Procuradoria-Geral confirmou que Uribe, 39 anos, passou por procedimentos neurocirúrgicos e vasculares no Hospital Santa Fé de Bogotá. O estado de saúde do senador permanece grave, mas é estável.
A mulher do senador, Maria Claudia Tarazona, pediu orações nas redes sociais. “Miguel está lutando pela vida”, escreveu. “Que Deus ilumine os médicos.”
Durante pronunciamento em rede nacional, Petro condenou o atentado e disse que as investigações seguirão pistas sobre possíveis mandantes. “Nenhum recurso será poupado, nem um peso, nem um minuto de energia”, afirmou. “Vamos caçar o cérebro por trás disso, viva essa pessoa onde viver — na Colômbia ou no exterior.”
Ele também criticou o aliciamento de adolescentes por organizações criminosas e prometeu uma apuração independente sobre os autores intelectuais, ao sugerir ligação com redes envolvidas em crimes políticos.
A resposta de Gustavo Petro
O governo colombiano repudiou o ataque em nota oficial, classificando-o como uma “agressão direta à democracia e ao livre exercício da política”. O ministro da Defesa, Pedro Sánchez Suárez, anunciou uma recompensa de US$ 730 mil por informações que levem aos responsáveis.
Nos Estados Unidos, o Secretário de Estado Marco Rubio condenou “nos termos mais fortes” o atentado, ao classificá-lo como “ameaça à democracia”. Ele ainda condenou a retórica política de esquerda por incitar violência. Petro respondeu, dizendo rejeitar o “uso oportunista de uma tragédia para fins eleitorais”.
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O Centro Democrático qualificou o ataque como um “ato inaceitável de violência política” e pediu que o episódio sirva de alerta sobre os riscos crescentes à liberdade na Colômbia. Líderes como Álvaro Uribe, Iván Duque, Juan Manuel Santos e Ernesto Samper — todos ex-presidentes — também manifestaram repúdio. Daniel Noboa, presidente do Equador, expressou solidariedade e condenou “toda forma de violência e intolerância”.
Histórico sangrento
A tentativa de assassinato revive memórias do período mais sangrento da história política colombiana. Entre o fim dos anos 1980 e o começo dos 1990, o país testemunhou a execução de diversos candidatos presidenciais. Diana Turbay foi uma das vítimas daquele ciclo de terror.
Hoje, Miguel Uribe integra uma geração de políticos herdeiros dessa dor: ao lado dele estão nomes como Carlos Fernando Galán, atual prefeito de Bogotá e filho do liberal Luis Carlos Galán (assassinado em 1989), e María José Pizarro, senadora e filha de Carlos Pizarro Leongómez, morto em 1990 durante a campanha presidencial pelo M-19.
A nova onda de violência política lança sombras sobre a Colômbia às vésperas de mais uma eleição presidencial.
Quem é Miguel Uribe, vítima de tentativa de assassinato na Colômbia
Uribe é neto de Julio César Turbay Ayala, ex-presidente colombiano (1978–1982). Ele é filho da jornalista Diana Turbay, sequestrada e assassinada em 1991 durante uma operação contra o Cartel de Medellín, liderado por Pablo Escobar. A tragédia familiar moldou sua trajetória política.
Com formação em Harvard e atuação anterior na gestão municipal de Bogotá, Uribe elegeu-se senador em 2022 pelo partido Centro Democrático, de centro-direita. No ano passado, lançou sua pré-candidatura à Presidência em uma cerimônia simbólica no local onde a mãe foi morta. “Escolhi o caminho do perdão, mas jamais do esquecimento”, disse à época.

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