Na semana passada, pesquisadores do VIVA Instituto Verde Azul documentaram um encontro raro: uma baleia-azul, nas águas de Ilhabela, litoral norte de São Paulo. Trata-se do maior animal já existente na Terra — e um visitante incomum nas proximidades da costa brasileira.
A baleia-azul (Balaenoptera musculus) pode ser encontrada em praticamente todos os oceanos do mundo, com exceção do Ártico. Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), existem cinco subespécies reconhecidas, com destaque para a baleia-azul-da-antártida, a maior entre todas.
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Esses gigantes marinhos atingem proporções impressionantes: os indivíduos do Atlântico Norte e Pacífico Norte chegam a medir até 27 metros e pesar mais de 45 toneladas. Na Antártida, essa escala aumenta — alguns exemplares alcançam 33 metros e ultrapassam 150 toneladas. Fêmeas costumam ser ligeiramente maiores que os machos.
Apesar do nome, sua coloração verdadeira é azul-acinzentada. Dentro d’água, a tonalidade se torna azul-clara, o que inspirou a denominação popular. Cada baleia possui um padrão único de manchas no corpo, o que facilita a identificação dos animais.
As baleias-azuis costumam nadar sozinhas ou aos pares. Seu ritmo habitual gira em torno de 8 km/h durante a navegação e a alimentação. Contudo, podem acelerar até 32 km/h quando necessário. No verão, migram para águas frias em busca de alimento. No inverno, partem para regiões tropicais onde ocorre a reprodução.
Elas também se destacam pela potência vocal. De acordo com a NOAA, estão entre os seres mais ruidosos do planeta. Emitem sons que incluem gemidos, pulsações e murmúrios. Essas vocalizações podem ser ouvidas a até 1,6 mil km de distância. É um meio de comunicação e orientação submarina — uma espécie de ecolocalização natural.
O cardápio principal da baleia-azul é o krill, minúsculo crustáceo semelhante ao camarão. Para se alimentar, o animal avança com a boca escancarada em direção a grandes concentrações do animal, inflando as pregas da garganta. Depois, expulsa a água com a língua e retém o krill com o uso das barbatanas internas. Um único exemplar pode consumir até seis toneladas dessa presa por dia. Peixes pequenos e outros crustáceos também podem fazer parte da dieta, mas em menor escala.
Avistamentos de baleias-azuis são incomuns em águas brasileiras. O VIVA Instituto Verde Azul realiza expedições para monitorar a presença do animal, incluindo em áreas como o México. No mesmo mês do registro em Ilhabela, outra espécie também chamou a atenção: uma baleia-jubarte foi filmada em Arraial do Cabo (RJ), interagindo com um grupo de golfinhos. Ela estaria migrando da Antártida para o Nordeste, onde ocorre seu ciclo reprodutivo.
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