O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou, no sábado 7, que o Brasil ainda carrega um “preconceito contra a livre iniciativa e contra o empresário em geral”.
A declaração ocorreu durante o Fórum Esfera, no Guarujá (SP), depois de críticas à sua presença em eventos promovidos ou financiados por empresários com ações em tramitação no STF.
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Segundo o ministro, “todo mundo tem interesse no Supremo”, inclusive prefeitos, parlamentares, indígenas e sindicatos. “Se eu não pudesse me relacionar com quem tem interesse no STF, eu precisaria ficar trancado em casa.”
A Folha de S.Paulo revelou que Barroso participou de seis eventos com empresários entre a segunda quinzena de maio e o fim do mês. O ministro esteve em compromissos realizados em Brasília e em Nova York, nos Estados Unidos. Todos os encontros reuniram pessoas com interesses diretos no STF.
O ministro afirmou que buscava apoio financeiro para um programa de bolsas destinado a juízes negros e indígenas, com o objetivo de combater o racismo estrutural no Judiciário. Segundo ele, a intenção é tornar a magistratura mais representativa da população brasileira.
“Vieram empresários de todas as partes com boa disposição de ajudar no projeto”, disse Barroso. “Mas a matéria que saiu na grande imprensa foi que usei o projeto como pretexto para me reunir com empresários que têm interesse no Supremo para haver algum tipo de convencimento.”
Barroso afirma que visão negativa afasta os bem-intencionados
Barroso também criticou o que chamou de “obsessão negativa” do país, uma tendência de enxergar segundas intenções em todas as ações públicas. Para o ministro, essa postura afasta pessoas honestas da vida pública.
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“Acontecem muitas coisas erradas no Brasil”, afirmou o magistrado. “Mas tem muita gente honesta, muita gente íntegra, muita gente para fazer um país melhor e maior. Se a gente tratar todo mundo que está na vida pública pela mesma régua, como se estivesse todo mundo atrás de algum interesse errado, a vida não funciona bem.”
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