O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impediu a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro de usar vídeos durante seu depoimento no processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado. A decisão ocorreu na terça-feira 10, antes da retomada dos interrogatórios dos principais investigados.
Os advogados de Bolsonaro pediram autorização para usar o telão da Primeira Turma do STF. Eles afirmaram que os vídeos ajudariam a dar mais transparência ao processo e atenderiam ao interesse público. O ex-presidente divulgou os vídeos através do WhatsApp.
Moraes rejeitou a solicitação. Para ele, o interrogatório serve exclusivamente à autodefesa — etapa em que o réu expõe sua versão dos fatos e responde a questionamentos da Justiça, do Ministério Público e dos demais acusados.
“Os réus podem utilizar, apontar e fazer referência a qualquer prova presente nos autos, porém, não é o momento adequado para apresentação de provas novas, ainda não juntadas aos autos e desconhecidas das partes”, disse o magistrado.
Apesar do veto, Moraes autorizou a inclusão dos vídeos no processo em outro momento. A decisão abre caminho para que a defesa anexe os arquivos e possibilite que as outras partes analisem o conteúdo e atestem sua autenticidade.
O depoimento de Bolsonaro integra a etapa final dos interrogatórios do núcleo central investigado pela Polícia Federal. A ação tramita sob relatoria de Moraes, que conduz o inquérito desde as primeiras diligências contra militares e ex-integrantes do governo.
Assista aos vídeos divulgados por Jair Bolsonaro:
Em 2010, Flávio Dino levantou a hipótese de fraude eleitoral depois de perder no Maranhão:
Dois anos depois, Dino ressaltou a “necessidade de aprimorar o sistema de urnas eletrônicas no Brasil:
Em 2015, Jair Bolsonaro e Rodrigo Maia comemoraram a decisão do Congresso que derrubou o veto presidencial ao voto impresso:
Já em 2021, Carlos Lupi, em vídeo do PDT, assegura: “Sem voto impresso, não há recontagem”:
Depois das eleições de 2022, Bolsonaro afirmou: “Eles ainda vão sentir saudades da gente”:
Depois de derrota em 2022, Bolsonaro pediu manifestações pacíficas no Palácio da Alvorada:
Ainda em 2022, Ciro Nogueira anuncia o início da transição de governo:
Naquele mesmo ano, Bolsonaro pede para que os caminhoneiros “liberem as rodovias”:
Também em 2022, Bolsonaro pede que não haja confronto e declara: “Não vamos para o tudo ou nada”:
Por fim, em 2025, o ministro da Defesa, José Múcio, disse que recorreu a Bolsonaro para a transição de governo:
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