Carlo Ancelotti ficou encantado com o ambiente que encontrou na Seleção Brasileira. Ele destacou a união, a atitude dos jogadores e o clima positivo no vestiário durante os primeiros 15 dias de trabalho. Além da acolhida da população.
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O técnico considera que essa harmonia é fundamental para construir um time forte e vencedor. Ele ressaltou que raramente tudo corre tão bem tão rápido no futebol. Mas a recíproca é verdadeira. A Seleção Brasileira também ficou encantada com Ancelotti.
Agora, nem bem começou a lua de mel, o treinador já pensa no dia a dia, conforme afirmou na coletiva depois da vitória sobre o Paraguai. São cerca de 70 atletas espalhados pelo mundo no radar de Ancelotti. Ele quer manter as opções abertas para a convocação final. A atual lista pode estar longe de ser definitiva, conforme ele afirmou em coletiva depois do jogo, na Neo Química Arena.
“Temos uma lista muito ampla de jogadores que estão por todo o mundo, no Brasil, Europa, Arábia Saudita também, mais ou menos uns 70”, afirmou o treinador. Além de buscar moradia e conhecer alguns pontos turísticos do Rio de Janeiro, viajará para os Estados Unidos (EUA), onde acompanhará a primeira Copa do Mundo de clubes.
“Temos tempo para avaliar cada um desses jogadores, e temos o recorde de que todos esses 70 podem chegar ao Mundial. Não há uma lista definitiva de 25 ou 26.”
A Seleção voltou a ter a cara de um time respeitável com Ancelotti no comando. Depois do empate com o Equador e da vitória sobre o Paraguai, o time garantiu a classificação para a próxima Copa do Mundo.
Nem parecia aquele time abalado depois da goleada sofrida para a Argentina. Em dois jogos, a pentacampeã mundial voltou a sentir lampejos de orgulho com a camisa amarela. O treinador, experiente, sabe que empolgação demais pode gerar acomodação.
“A verdade é que os jogadores convocados para essa primeira fase contribuíram muito, com atitude, compromisso, ambiente, mas temos que avaliar os muitos jogadores que estão jogando no futebol mundial.”
Nos próximos três meses, ele terá um trabalho intenso de análise. Além de acompanhar campeonatos no Brasil e na Europa, ele dará atenção especial a jogadores que atuam em ligas menos observadas.
O fato dele revelar que irá observar os jogadores da Arábia é um sinal de que o jovem Ângelo, companheiro de Cristiano Ronaldo no Al-Nassr, meia habilidoso e rápido, poderá ter uma chance. Ele tem se destacado e possui características de armação que têm feito falta na seleção.
Importante também será sua viagem aos EUA para acompanhar a Mundial de Clubes, que começa no próximo fim de semana. O torneio contará com quatro times brasileiros: Flamengo, Fluminense, Botafogo e Palmeiras, além do Real Madrid, clube de Vinícius Júnior e ex-clube de Ancelotti.
A partir de Ancelotti, a seleção parece ter incorporado a feição de um time moderno. A marcação se mostrou forte, mas com mobilidade. E a movimentação dos atacantes, depois de muito tempo, foi feita de maneira muito mais eficiente e sincronizada.
Ancelotti disse que valoriza a forma como suas equipes pressionam o adversário. Com a seleção, ele teve a capacidade de, em poucos treinos, ter feito a equipe assimilar este aspecto, que já se mostrou claro em campo, principalmente com jogadores como Cunha, Martinelli, Rafinha e Vinícius Júnior.
A leitura do jogo e o controle da posse são prioridades do técnico. Educado, ele não se negou a debater sobre a falta de um camisa 10 tradicional, comum não só na Seleção, mas no futebol como um todo.
Ângelo, neste sentido, pode ser um jogador que, sem perder o dinamismo, tenha a capacidade de armar as jogadas como um meia clássico. Mas, para Ancelotti, o importante é a pressão constante que o time exerce, não a posição fixa.
Ancelotti e Neymar
Nestas observações do treinador, a prioridade será analisar a evolução de Neymar. Se o jogador estiver bem, Ancelotti já admitiu que o levará.
“Quando estiver bem, Neymar pode jogar em qualquer posição do campo”, ressaltou. “Se tivéssemos que imaginar no jogo de hoje, ele poderia estar na mesma posição do Cunha, da frente para o centro, nessa posição ele é muito perigoso.”
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O fato de o time não ter tomado gols sob seu comando foi o que mais o motivou: “Sou italiano”, brincou. Mas, sua seriedade europeia não impede de, conhecendo o lado criativo do sul-americano, experimentar um pouco da doce ilusão. La Dolce Vita do samba e do drible.
No Brasil, ela faz muito efeito. No país, Ancelotti parece ter começado a descobrir um outro lado dele. De um Marcello Mastroiani apaixonado. Seu lado sisudo começou a sorrir. Ele não descarta os dias difíceis. Mas seu íntimo começa a acreditar que esta lua de mel só vai terminar depois da Copa do Mundo de 2026.
“É uma coisa que queremos fazer, e que vamos fazer, tentar envolver o país todo para nos ajudar a fazermos um bom Mundial.”
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