O Conselho Editorial do The Wall Street Journal analisou o conflito entre Israel e Irã e listou os principais erros do regime dos aiatolás. Subestimar as advertências do presidente dos EUA, Donald Trump, e as ameaças do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, estão entre esses erros, afirma o editorial.
O WSJ afirma que “Israel já realizou contra o exército iraniano o mesmo que realizou contra o Hezbollah em setembro: uma decapitação”. “Quase todo o alto escalão do exército iraniano e da Guarda Revolucionária foi morto, e quanto mais o Irã demora para se reagrupar, mais perde de seus programas de mísseis balísticos e nucleares.”
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Segundo o jornal, “uma série de erros levou o Irã ao cenário catastrófico que ele há muito buscava evitar: uma guerra aberta com Israel sem a ajuda de aliados e antes de obter armas nucleares”.
O WSJ lembra que durante meses Trump ofereceu propostas de acordo ao Irã. “Ele praticamente implorou ao regime que chegasse a um acordo, e seu enviado, Steve Witkoff, fez uma oferta generosa — generosa demais — que teria permitido ao Irã continuar enriquecendo urânio internamente por alguns anos”.
Mas, o aiatolá Ali Khamenei descartou a ideia de imediato, subestimando o ultimato de Trump. No último dia do prazo, o Irã anunciou que iniciaria o enriquecimento em uma instalação secreta, outra violação do Tratado de Não Proliferação Nuclear.
O Irã subestimou Trump e Netanyahu, diz WSJ
“Teerã subestimou o Sr. Trump, que conhecia o plano de Israel, mas se recusou a expô-lo ou bloqueá-lo”, expôs o WSJ, lembrando que os democratas agora criticam o republicano por isso. “Os iranianos também subestimaram o primeiro-ministro Netanyahu, cuja aposta em Trump deu resultado.”
O jornal lembra que depois de os ataques diretos com mísseis balísticos contra Israel em abril e outubro de 2024 terem sido defendidos, Netanyahu não “aceitou a vitória”, como aconselhou o então presidente Joe Biden. “O premiê israelense derrubou as principais defesas aéreas do Irã, abrindo uma janela para a campanha aérea de agora, com Trump no poder.”
O jornal também fala sobre a derrocada do Hezbollah, aliado dos terroristas do Hamas, praticamente aniquilado pelas ofensivas de Israel.
“O Hezbollah, com seu enorme arsenal iraniano, foi considerado por muito tempo a apólice de seguro do Irã. Caso Israel atacasse o programa nuclear, o representante libanês do Irã lançaria mísseis sobre Tel Aviv. Em vez disso, o Hezbollah disparou contra cidades vazias no norte de Israel por 10 meses após 7 de outubro de 2023, até que Netanyahu o esmagou. O Hezbollah não está em posição agora de ajudar o Irã a lutar ou dissuadir Israel”, afirma o WSJ.
Derrota histórica do Irã
Com a derrota do Houthis e dos Hezbollah e, agora, com os ataques contra o Irã, o WSJ afirma que “a guerra no Oriente Médio iniciada pelo Irã está se tornando uma derrota histórica”. “O que começou no sul de Israel com os esquadrões da morte do Hamas — financiados, armados e treinados pelo Irã — está terminando em Teerã, Natanz, Isfahan e, esperamos, Fordow”, afirma o jornal. “Destruir esta última instalação de enriquecimento sob uma montanha provavelmente exigiria aviões americanos, mas deixá-la intacta seria um erro, comparável a apagar apenas metade de um incêndio.”

O jornal termina o editorial com a menção à última declaração de Trump sobre o Irã — que daria mais uma chance para o regime fechar um acordo. “O Irã não tem as cartas na manga aqui, e seus líderes seriam sensatos em aceitar tal acordo. Mas, se a história servir de guia, eles recusarão e sofrerão mais derrotas”, finaliza o The Wall Street Journal.
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