As informações trazidas à tona pela investigação reforçam estas conclusões. A democracia brasileira não morreu. As razões para sua sobrevivência são de natureza institucional, social e estratégica. Um presidente hiperminoritário foi domado por um Legislativo autônomo e poder Judiciário independente; não por indivíduos. E claro, Forças Armadas razoavelmente profissionalizadas em um quadro onde não há riscos geopolíticos críveis, associados à Guerra Fria, como no passado. A isso se soma uma sociedade civil complexa e elites empresariais e políticas majoritariamente contrárias à fratura da ordem política.
Leia mais (02/18/2024 – 14h02)
Ataque à democracia e decisões individuais
Já discuti na coluna os riscos à democracia no Brasil. Argumentei que muitos analistas os exageraram aqui. Há uma onda revisionista que traz evidências de que estes riscos são menores do que se pensava. Steve Levitsky, autor de “Como as Democracias Morrem”, reconheceu que “a erosão democrática no presente século tem sido modesta”, e que o exagero se devia à eleição de líderes com tendências autocráticas, o que de fato “aumenta os riscos de erosão, mas não equivale a evidência de erosão”. E conclui, como discuti aqui, que os casos de erosão têm vida breve em sua vasta maioria e eclipsam os numerosos casos de avanços.
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