Escritor erra questão do Enem sobre seu próprio livro

O escritor brasileiro Julián Fuks, autor do livro A resistência, errou uma questão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que trata de seu próprio livro. Neste sábado, 9, o autor comentou o próprio erro em uma publicação nas suas redes sociais. Ele disse que a literatura está “fadada à incerteza”.

Fuks, surpreso com a pergunta na questão de Linguagens do Enem 2024, que abordava as convicções do narrador do livro dele, escreveu sobre sua dificuldade em responder com certeza.

“Não saberia explicar, com toda a convicção, o que há por detrás das convicções do meu narrador”, escreveu. “Se alguma certeza a literatura tem a oferecer, é a de que está fadada à incerteza.”

O escritor prosseguiu, na postagem: “Escolhi a alternativa que me pareceu mais adequada e já me pus a esclarecer quem me consultasse, a D era a resposta certa. Não foi uma surpresa absoluta quando começaram a despontar os gabaritos revelando o meu vexame: eu havia errado uma pergunta sobre as intenções do narrador da minha própria obra.”

Fuks aproveitou o momento para interagir com seus seguidores e perguntou qual resposta eles dariam à pergunta da prova.

Anteriormente, em uma postagem publicada na última segunda-feira, 4, Fuks havia comemorado o fato de um trecho de A resistência ter sido usado na questão de Linguagens do Enem deste ano.

O gabarito oficial do Enem será divulgado no dia 20 de novembro.

Caetano Veloso não consegue responder questão do Enem sobre suas próprias músicas

O episódio de Julián Fuks resgata situação similar que ocorreu no Enem de 2023, com o cantor e compositor brasileiro Caetano Veloso. Ao ser citado na prova do Enem, Caetano expressou alegria, mas confessou dificuldade em responder à questão que comparava suas canções.

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Na ocasião, duas músicas de Caetano Veloso caíram na primeira prova do Enem. Paula Lavigne, mulher do cantor, publicou um vídeo no Twitter/X mostrando que nem ele soube responder à questão.

A questão 23 da prova branca citou as letras das canções Alegria, Alegria e Anjos Tronchos. O Enem perguntou o que as músicas tinham em comum, “embora oriundas de momentos históricos diferentes”.

Confira as respostas de Caetano Veloso sobre suas músicas

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A questão 23 da prova branca citou as letras das canções Alegria, alegria e Anjos Tronchos | Foto: Reprodução/Enem

A prova elencou três possíveis respostas: 

“a) referência às cores como elemento de crítica a hábitos contemporâneos.

b) percepção da profusão de informações gerada pela tecnologia.

c) contraposição entre os vícios e as virtudes da vida moderna.

d) busca constante pela liberdade de expressão individual.

e) crítica à finalidade comercial das notícias.”

Ao olhar a prova do Enem, Caetano Veloso disse: “Quando eu li, achei que são todas.” “Não acha que é a B?”, pergunta Paula. “‘Percepção da profusão de informações gerada pela tecnológica’. É, está certo”, conclui o cantor.

Depois, Caetano disse que a alternativa C também pode estar certa. O artista seguiu com a opinião de que todas as respostas eram plausíveis. Em seguida, ele e a mulher concordaram que a letra correta seria a D, mas que viram todos dizendo que a correta seria a B. 

“Achei que era essa, mas aí todo mundo falou: ‘Não, é B'”, diz Paula. “Eu acho também”, concorda Caetano. Ele ainda diz que “B e a D são, aparentemente, as mais apuradas assim”.

O gabarito extraoficial do caderno branco indicou a letra C como a correta, de acordo com o curso pré-vestibular Bernoulli.

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