Milei cancela aposentadoria e pensão de Cristina Kirchner depois de sentença por corrupção

O governo de Javier Milei anunciou nesta quinta-feira, 14, que vai cancelar a aposentadoria e a pensão de viúva da ex-presidente Cristina Kirchner. O anúncio foi feito um dia depois de a Justiça argentina ratificar, em segunda instância, a sentença de seis anos de prisão da peronista por corrupção.

“A aposentadoria de ex-presidentes é um privilégio que não deveria existir na Argentina, ainda mais se quem a recebe está condenada por fraudar, nas mais altas esferas do poder, milhões de argentinos que viram suas esperanças esfumar em mãos da política”, afirmou o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni.

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Segundo o porta-voz, a Administração Nacional de Segurança Social do país (Anses) cancelou os dois benefícios da ex-presidente, que totalizavam 21,8 milhões de pesos argentinos, o equivalente à cerca de R$ 126 mil.

Adorni destacou que Kirchner “manchou a honra e a dignidade dos argentinos”, quando esses “privilégios” são outorgados a presidentes e vice-presidentes de modo “excepcional e extraordinário como contraprestação à honra, ao mérito e ao bom desempenho no cargo”.

O porta-voz detalhou que a peronista ainda vai poder receber aposentadoria e pensão, mas com base em suas contribuições previdenciárias, e não por “adicionais por privilégios”.

A Câmara de Cassação Penal da Argentina condenou Cristina Kirchner nesta semana por “administração fraudulenta”. Ela favoreceu empresários e superfaturou licitações de 51 obras rodoviárias na província de Santa Cruz, terra natal do falecido ex-presidente Néstor Kirchner.

A ex-presidente envolvimento no caso e diz ser vítima de perseguição judicial. Adorni afirmou, no entanto, que a condenação da ex-presidente “representa o contrário à honra, ao mérito e ao bom desempenho”.

Peronista criticou decisão de Milei

Em uma postagem no Twitter/X, Cristina Kirchner criticou a decisão do governo. “Era o único que faltava, Milei”, escreveu a ex-presidente.

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Segundo ela, além de comandar o poder Executivo, o libertário “quer criar e presidir um ‘Tribunal da Honra’ para julgar a honra, o mérito e o bom desempenho no cargo” dos ex-presidentes do país.

“Você está tão fora do eixo que está aparecendo o pequeno ditadorzinho que sempre levou dentro”, escreveu Kirchner. “Você quer se associar com a máfia judicial para me perseguir também? Tanto medo você tem de mim?”

Ela acrescentou ainda que o atual presidente lhe provoca “pena e vergonha alheia”.

A líder peronista também afirmou que a pensão dos ex-presidentes não é concedida por bom desempenho, mas “pelo mérito de terem sido eleitos pelo povo como presidentes da Nação”.

“O mal desempenho de um presidente só pode ser julgado pelo Congresso da Nação através do processo constitucional de Julgamento Político, durante o exercício do mandato”, concluiu.

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