Trajetória fiscal do Brasil não é sustentável, diz presidente da Febraban

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou nesta sexta-feira, 15, que o Brasil tem uma trajetória fiscal que não é “sustentável”. Em seguida, acrescentou: “Mas essa não é uma crítica ao governo, é um problema do país.”

A declaração foi feita em evento do Lide em Lisboa, Portugal. Em sua exposição, ele defendeu o corte de gastos, como a maioria dos analistas econômicos.

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“A equipe econômica vem defendendo colocar mais despesas dentro do arcabouço fiscal”, afirmou. Sidney avalia que é necessário fazer mais cortes nos gastos obrigatórios e reduzir as vinculações e as indexações do orçamento público. “O bom ambiente de negócio depende de um ambiente macroeconômico estável e de um quadro fiscal também equilibrado.”

Governo promete corte de gastos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na última quarta-feira, 13, que as medidas de contenção de gastos estão prontas. Seu anúncio, contudo, vai depender da vontade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O chefe da pasta econômica omitiu o impacto do pacote nas contas públicas. Porém, antecipou que o valor é “expressivo”, ao mesmo tempo em que sugeriu a ideia de que o país sentirá efeitos no curto e no médio prazo, pelo menos até 2030.

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“Mais importante do que o número é o conceito que nós utilizamos para fazer prevalecer a lógica de que as coisas devem, todas elas, na medida do possível, ir sendo incorporadas a essa visão geral do arcabouço, para que ele seja sustentável no tempo”, disse Haddad.

Conforme o ministro, o que rege principalmente as medidas é a ideia de fazer com que as despesas sigam primeiramente a mesma regra do arcabouço “ou alguma coisa parecida com isso, mas que atenda ao mesmo objetivo”. 

Presidente da Febraban fala sobre setor bancário

Na exposição, o presidente de Febraban também destacou a resiliência do setor bancário brasileiro e citou três marcos: a criação do plano Real em 1994, a crise econômica global de 2008 e a pandemia de 2020, que mostraram a capacidade do setor em se manter ileso, impulsionar a economia e ainda se preparar para inovações.

Febraban
Foto: Reprodução/Febraban

“Apesar de desafiadores, esses momentos foram chave para forjar e testar o fortalecimento e a solidez do nosso setor bancário”, afirmou.

Segundo ele, os bancos brasileiros são reconhecidos por estarem na vanguarda da inovação e mencionou o investimento de R$ 50 bilhões em tecnologia em 2024. Para Sidney, o Pix reflete esse pioneirismo e o open finance, o Drex e a tokenização levarão o setor a outro patamar.


Redação Oeste, com informações da Agência Estado

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