A Ucrânia acusou a Rússia de ter utilizado, nesta quinta-feira, 21, um míssil balístico intercontinental (ICBM) em um ataque contra uma fábrica militar em Dnipro. Segundo Kiev, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está disposto a intensificar suas ações militares contra os aliados ocidentais.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o uso de um ICBM, arma projetada para transportar ogivas nucleares a mais de 5,5 mil km, é questionável, já que o alvo estava a apenas 800 km. Especialistas levantam dúvidas sobre a lógica de usar uma arma tão poderosa em um ataque de curto alcance.
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Há especulações sobre o uso do RS-26 Rubej, um modelo raro, cuja produção em grande escala é incerta. Analistas também consideram a possibilidade de um míssil de alcance intermediário (IRBM) ter sido usado.
Os IRBMs, que atingem alvos entre 500 km e 5,5 mil km, foram tema de um tratado de proibição europeu, assinado em 1987 e abandonado em 2019. O uso de um IRBM ainda transmitiria uma mensagem clara de Putin, já que esses mísseis podem carregar ogivas nucleares.
Rússia lançou míssil com múltiplas munições
As imagens do ataque sugerem que o míssil lançou múltiplas munições, técnica conhecida como MIRV, ou veículos de reentrada múltipla, para ampliar a área de impacto ao se separarem na fase final do trajeto.
Esses veículos podem carregar ogivas nucleares ou convencionais, mas a ausência de grandes explosões em Dnipro mostra que provavelmente foram usadas ogivas convencionais ou cinéticas, que causam danos pela velocidade do impacto.
O canal de Telegram Fighterbomber, ligado às forças aeroespaciais russas, afirmou que o míssil utilizado não era o RS-26, mas “algo novo”, sem especificar o modelo. Isso aumenta o mistério sobre o armamento empregado e mantém o Ocidente em alerta.
Para a Ucrânia, a acusação de que uma arma tão simbólica foi usada reforça seu pedido de apoio internacional contra a invasão. Já para a Rússia, manter o suspense pode intimidar adversários e permitir especulações, ao buscar vantagens estratégicas na guerra.
O analista Pavel Podvig, em uma rede social, destacou que a situação “merece cautela analítica, mas é preocupante”.
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