O Partido dos Trabalhadores (PT), ministros do governo Lula e parlamentares de esquerda passaram a cobrar, nesta quinta-feira, 21, pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — que foi indiciado junto a mais 36 pessoas, por suposta tentativa de golpe de Estado pela Polícia Federal (PF).
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o indiciamento de Bolsonaro “e sua quadrilha, instalada no Planalto, abre o caminho para que todos venham a pagar na Justiça pelos crimes que cometeram contra o Brasil e a democracia”.
A petista afirmou que o presidente de honra do PL teria tentado “fraudar eleições, assassinar autoridades e instalar uma ditadura”. Na sequência, emendou: “Prisão é o que merecem! Sem anistia.”
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também acusou — sem apresentar provas concretas — Bolsonaro e o ex-ministro da Casa Civil Braga Netto de saberem do “plano para matar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes”.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, usou seu perfil oficial no Twitter/X para se manifestar sobre o assunto: “O relatório da Polícia Federal, que indiciou Bolsonaro, vários de seus ministros e dezenas de outras pessoas, entre civis e militares, é incontestável: houve uma tentativa de golpe. Que o peso da lei recaia sobre todos os criminosos que atentaram contra a democracia e a vida.”
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, disse que é preciso “esperar a manifestação do Ministério Público Federal” — órgão responsável por oferecer a denúncia —, mas já prevê uma data para julgamento.
“Em um segundo momento, com certeza em 2025, elas serão levadas a julgamento”, afirmou. “Aquelas que forem condenadas, existem provas, depois de todo processo legal e do direito de defesa, mas que seja comprovada a participação dessas pessoas nos crimes que estão sendo acusados.”
O ministro da Secom ainda destacou que espera que os indiciados pela Polícia Federal “sejam condenados e paguem” pelo que chamou de “crimes muito grandes” e “acusações muito sérias”.
Bolsonaro se pronuncia sobre indiciamento
O presidente de honra do PL, Jair Bolsonaro, se pronunciou sobre seu indiciamento pela Polícia Federal. Em entrevista ao portal Metrópoles, disse que o ministro Alexandre de Moraes “faz tudo o que não diz a lei”.
“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa”, afirmou. “Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar.”
No seu perfil oficial no Twitter/X, o ex-presidente explicou que o uso da palavra “criatividade” é uma “alusão a uma mensagem de Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes, a Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral”.
Bolsonaro chegou a citar a Oeste no seu posicionamento: “‘Use a sua criatividade rsrsrs’, escreveu Vieira ao responder a Tagliaferro sobre a dificuldade de formalizar uma denúncia contra a Revista Oeste.”
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