Jon e Carie Hallford, proprietários de uma funerária no Estado do Colorado, nos Estados Unidos, admitiram ter armazenado 190 cadáveres de forma inadequada dentro do negócio. O casal prometia às famílias que seus entes queridos seriam cremados ou enterrados, mas seus corpos eram empilhados em temperatura ambiente, segundo a investigação divulgada na sexta-feira 22.
Em acordos de confissão separados, ambos admitiram o crime durante uma audiência no tribunal do condado de El Paso. Jon, de 44 anos, concordou em cumprir 20 anos de prisão no acordo. Carie, de 48 anos, enfrenta de 15 a 20 anos de prisão, a ser determinado pelo juiz Eric Bentley.
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A ficha criminal do casal acumula outros crimes, como roubo, lavagem de dinheiro e falsificação, segundo registros judiciais.
Na sexta-feira 22, Jon disse que “sabia que estava tratando os corpos ou restos mortais de 190 indivíduos de uma forma que indignaria o senso comum das famílias” ao não realizar a cremação ou o enterro adequado dos corpos recebidos das famílias.
Carie, por sua vez, disse que não havia entrado no prédio por “mais de um ano” e justificou que seu marido queria protegê-la de ser exposta às condições dentro do prédio. “Sabia das condições, sabia o suficiente para saber o quão ruim estava e escolhi não fazer nada sobre isso ou impedir, permitindo que continuasse”, disse.
Funerária guardava corpos sem preservação
Dentro da funerária, os corpos foram encontrados em diversos estágios de decomposição, alguns enrolados com fita adesiva e outros envoltos em lençóis, de acordo com os promotores. Alguns cadáveres estavam expostos sem qualquer cobertura. Os corpos foram encontrados no chão, empilhados em macas dispostas em prateleiras.
Em vez de cremar ou enterrar os corpos, os proprietários da funerária Return to Nature, que operava em Colorado Springs, deixaram os corpos apodrecerem à temperatura ambiente, segundo a denúncia. A investigação ainda revelou que os Hallfords enviaram cinzas falsas para as famílias, que receberam urnas cheias de concreto seco, em vez dos restos cremados de seus entes queridos.
O FBI, polícia federal dos Estados Unidos, também exumou a sepultura de um veterano do exército no Cemitério Nacional de Pikes Peak e descobriu que os Hallfords enterraram o corpo errado lá, de acordo com o processo. Dentro do caixão de madeira, foi encontrado o corpo de uma mulher, enrolado em fita adesiva e lençóis plásticos.
Escrito no plástico, estava um nome diferente do veterano. Registros financeiros mostraram que os Hallfords receberam mais de US$ 2 mil pela sepultura antes de deixar o corpo do veterano se decompor ao lado de quase 200 outros corpos em sua funerária.
Uma investigação também revelou que os proprietários pegaram os pagamentos das famílias que eram destinados a cremações e sepultamentos e compraram veículos, criptomoedas e joias, além de pagarem um jantar de US$ 1,5 mil em Las Vegas.
No mês passado, os Hallfords aceitaram um acordo de confissão e se declararam culpados de uma acusação federal de conspiração para cometer fraude eletrônica. Eles enfrentavam 15 acusações federais por fraudar o governo federal e os clientes da funerária.
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