Lula quer ‘votos das mulheres’, não demandas, critica Estadão

Em editorial publicado neste domingo, 11, o jornal O Estado de S. Paulo fez uma crítica à forma como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conduz mudanças ministeriais, especialmente no caso da recente demissão de Cida Gonçalves do Ministério das Mulheres.

Embora a substituição tenha ocorrido de maneira rápida, o texto ressalta que essa “aparente rapidez, no entanto, esconde o que já se tornou hábito neste governo: ministros empurrados para a fritura pública por longo tempo até a consumação de sua saída.”

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A crítica central é que o Ministério das Mulheres, assim como outras pastas simbólicas, como Igualdade Racial, Povos Indígenas, Cultura e Meio Ambiente, serve mais como uma vitrine política do que como um instrumento real de transformação social. O texto afirma que, “para Lula, o Ministério das Mulheres não passa de um simulacro, para encenar que alguma coisa está sendo feita em nome das mulheres.”

A saída de Cida Gonçalves, segundo o jornal, foi marcada por insinuações anônimas de que sua gestão era fraca ou que o presidente queria “aproximar seu governo do eleitorado feminino”, mas sem nenhuma explicação oficial. A própria ex-ministra rejeita essas justificativas. 

“Não é uma troca por incompetência, por assédio, por rixa”, diz a ex-ministra. “É uma troca de rumo, de momentos.”

Jornal afirma que estratégia do governo Lula tem sido livrar-se de ministros como forma de responder à impopularidade

O Estadão revela que a estratégia do governo tem sido livrar-se de ministros como forma de responder à impopularidade crescente, especialmente entre eleitoras. “Cida Gonçalves, incompetente ou não, pode ser vista como o bode expiatório da vez, escolhida por um presidente habituado a jogar suas falhas em ombros alheios”, afirma o editorial, em uma crítica direta à postura de Lula.

A nova ministra, Márcia Lopes, ao tomar posse, declarou que “o presidente quer ver as mulheres mais contentes, mais protegidas. Quer que elas se sintam respeitadas, acolhidas, ouvidas”, mas o artigo classifica essa fala como uma “platitude destinada a proteger Lula”, e sugere que ela pouco significa diante da falta de orçamento e prioridade real para a pasta.

O jornal diz ainda que as trocas ministeriais não se baseiam em projetos ou competência. Para o Estadão, as trocas são baseadas em conveniências políticas momentâneas. Além disso, lembra que já ocorreram 12 mudanças no primeiro escalão, muitas sob o pretexto de “falta de visibilidade” ou para “acomodar aliados”.

“Novo rumo só possível, convém dizer, se a tal reforma começasse pelo próprio condutor das mudanças em seu Ministério”, diz o jornal.

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