Por que Arthur Lira desistiu de assumir ministério no governo Lula

A possível entrada do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) na Esplanada dos Ministérios dominou o noticiário político ao longo do último ano. A nomeação, aguardada como um reforço na interlocução entre o Congresso Nacional e o Planalto, não se concretizou e frustrou aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo apurou a coluna, o presidente do Progressistas (PP), senador Ciro Nogueira (PP-PI), teve papel decisivo na escolha de Arthur Lira de rejeitar a entrada no governo petista.

Interlocutores afirmaram que Nogueira aconselhou Lira a recusar a vaga. O motivo: o ex-presidente da Câmara pretende disputar uma cadeira no Senado em 2026. Integrar o governo Lula dificultaria esse plano.

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“O eleitorado de Lira é majoritariamente de direita”, disse um aliado. De acordo com a apuração, Nogueira foi direto: afirmou que, se o alagoano aceitasse um ministério, poderia “esquecer o Senado”.

A advertência surtiu efeito. Lira preferiu manter seu capital político no Congresso. Preservou a influência sobre o centrão e continuou como articulador nos bastidores — mas fora da Esplanada.

O alagoano foi cotado para assumir ao menos três ministérios no governo Lula. A pasta da Agricultura era vista como a principal possibilidade, dada a forte interlocução de Lira com o agronegócio e sua base no centrão.

O nome do ex-presidente da Câmara também circulou para o Ministério da Saúde. Outra opção considerada por aliados foi a Secretaria de Relações Institucionais, cargo-chave na articulação entre o Planalto e o Congresso.

Aprovação do governo Lula

A gestão de Lula perdeu apoio na opinião pública. Três pesquisas divulgadas recentemente — Ipec, AtlasIntel e Genial/Quaest — mostram queda na aprovação do governo.

Segundo o Ipec, o porcentual de brasileiros que considera a administração “ótima” ou “boa” caiu de 38% para 33%, entre dezembro e março.

A parcela que avalia o governo como “ruim” ou “péssimo” subiu de 30% para 32%. O levantamento ouviu 2 mil pessoas entre os dias 1º e 5 de março. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.

A AtlasIntel também mostrou recuo: a aprovação caiu de 42%, em janeiro, para 38%, em março. A reprovação subiu de 39% para 41%.

Já a Genial/Quaest apontou crescimento na avaliação negativa: de 29% para 34%. A aprovação oscilou de 36% para 35%.

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