China compra mina com urânio na Amazônia por quase R$ 2 bi

A mineradora Mineração Taboca será inteiramente vendida para a chinesa China Nonferrous Metal Mining Group (CNMC) por US$ 340 milhões, o que equivale a R$ 2 bilhões. A empresa administra a mina Pitinga, localizada no município de Presidente Figueiredo (AM), onde são encontrados estanho, cassiterita, columbita, nióbio, urânio e tântalo.

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A mina é responsável por aproximadamente 50% da extração de estanho no Brasil. O avanço da inteligência artificial impulsionou a demanda por este metal, amplamente utilizado em produtos eletrônicos. No último ano, a empresa produziu 5,3 mil toneladas de estanho refinado, pelas quais obteve uma receita de R$ 1,4 bilhão (US$ 256 milhões).

“Este novo momento é estratégico e constitui uma oportunidade de crescimento para a Mineração Taboca, pois permitirá que ela tenha acesso a novas tecnologias para se tornar mais competitiva e ampliar sua visão e capacidade produtiva”, informou a empresa brasileira, em nota. A mina já estava sob comando estrangeiro desde 2008, quando foi comprada pelo grupo peruano Minsur.

Empresa estatal é gerenciada pelo governo da China

Fundada em 1983, a China Nonferrous Metal Mining Group é uma empresa estatal, gerida pela Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado. Inicialmente projetada para projetos em engenharia, a empresa passou a trabalhar com extração de metais em 2005.

O ditador da China, Xi Jinping | Foto: Reprodução/Twitter/X/@joshuamusaasiz3
O ditador da China, Xi Jinping | Foto: Reprodução/Twitter/X/@joshuamusaasiz3

A CNMC é a empresa-mãe de quatro companhias listadas na China e em Hong Kong. A empresa opera minas em países como Zâmbia, Tailândia e Mongólia, além de gerenciar um projeto no Laos. Seus investimentos incluem cobre, alumínio, zinco, níquel, tântalo, nióbio e berílio.

Para que servem estes elementos?

  • Estanho: usado em soldas para eletrônicos, na formação de ligas e em revestimentos anticorrosivos. Também é aplicado na produção de compostos químicos para galvanoplastia, cerâmicas e vidros.
  • Cassiterita: o principal minério de estanho, usado na indústria eletrônica para componentes como circuitos, e na cerâmica e vidro, para esmaltes e óxidos.
  • Columbita: uma das principais fontes de nióbio, utilizado em ligas de alta resistência na indústria aeroespacial e na fabricação de capacitores e outros componentes eletrônicos.
  • Nióbio: amplamente utilizado em supercondutores para ímãs em aceleradores de partículas e equipamentos médicos, como ressonância magnética.
  • Urânio: uso como combustível em reatores nucleares para a geração de energia elétrica. Além disso, é utilizado na fabricação de armas nucleares, como bombas atômicas.
  • Tântalo: utilizado na fabricação de capacitores eletrônicos para dispositivos como smartphones, laptops e câmeras. Na indústria médica, é empregado na produção de implantes, como próteses ósseas.

Leia também: “O nióbio é nosso”, reportagem de Artur Piva publicada na Edição 119 da Revista Oeste

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