O grupo Carrefour anunciou a demissão de 2,2 mil colaboradores em um momento próximo às festividades de Natal. As dispensas começaram no mês passado. A medida afeta empregados diretos e terceirizados, conforme informações da própria empresa.
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Embora seja um volume significativo, a companhia afirmou que essas demissões representam apenas 1,5% do quadro total de 130 mil profissionais. Esse grupo inclui tanto diretos quanto indiretos. O Carrefour, maior varejista do Brasil, também administra marcas como o Atacadão, o Sam’s Club, postos de combustíveis e farmácias sob sua bandeira.
Segundo a empresa, as mudanças não prejudicam operações de fim de ano
O Carrefour declarou em nota que os ajustes são movimentos habituais no setor varejista. A empresa assegurou que essas mudanças não prejudicam as operações de fim de ano nem o atendimento aos clientes.
A companhia destacou que iniciou em outubro um processo para contratar 6 mil profissionais. As vagas são distribuídas em 20 Estados e no Distrito Federal. Entre as funções oferecidas estão operador de caixa, repositor, frentista e técnico de manutenção. Entretanto, o grupo não especificou os cargos com maior concentração de demissões nem a proporção entre terceirizados e efetivos entre os afetados.
O momento das demissões chamou atenção. Tradicionalmente, esta é uma época em que o varejo amplia as contratações temporárias para atender ao aumento da demanda. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) projeta uma alta de 12% no consumo neste período de festas, comparado ao ano passado.
Para especialista, fechamento de lojas deve estar relacionado a essas demissões
Eugênio Foganholo, da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, acredita que o fechamento de lojas ao longo do ano pode estar relacionado a essas demissões. Entre janeiro e setembro, o grupo encerrou 174 pontos de venda e abriu apenas 27. Atualmente, opera mil lojas. A maior parte dos encerramentos ocorreu em supermercados, que demandam uma gestão mais complexa e cuidadosa do que outros formatos varejistas.
“É um ramo do varejo que exige uma gestão mais complexa, mais cuidadosa do que hipermercados e lojas de conveniência, por exemplo”, disse Foganholo ao jornal Folha de S.Paulo. “Muitos clientes vão aos supermercados toda semana, o que demanda bom atendimento e que não haja ruptura nas áreas de LFV [legumes, frutas e verduras] e perecíveis.”
Outro fator identificado por Foganholo é a desaceleração nas vendas do Atacadão. Essa é a principal marca do grupo no Brasil, responsável por 70% da receita. Em São Paulo, maior mercado do país, a participação do Atacadão caiu de 28,5% em 2023 para 28% em 2024, apesar da abertura de 14 lojas no mesmo período.
Concorrentes, como o Max Atacadista do Grupo Muffato, têm ampliado sua presença. No mercado paulista, a participação do Max cresceu de 3% para 5%, impulsionada pela aquisição de lojas do antigo Makro.
Carrefour enfrentou uma crise diplomática com o Brasil
Recentemente, o Carrefour enfrentou uma crise diplomática com o Brasil. Em 20 de novembro, Alexandre Bompard, presidente global do grupo, anunciou que a empresa suspenderia a compra de carne do Mercosul para apoiar agricultores franceses. Diante do boicote de frigoríficos brasileiros, Bompard voltou atrás seis dias depois e pediu desculpas ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
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