Assad quebra silêncio e nega intenção de renúncia ao cargo na Síria

O ditador Bashar al-Assad quebrou o silêncio, nesta segunda-feira, 16, e fez seu primeiro discurso público desde a queda de seu regime. No pronunciamento, ele afirmou que jamais considerou uma renúncia ao cargo na Síria.

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Segundo Assad, sua saída do país ocorreu sem planejamento e foi forçada pela deterioração das condições militares e administrativas. Em uma mensagem publicada no Telegram, ele declarou que “em nenhum momento, durante esses eventos, considerou renunciar ou buscar refúgio, nem tal proposta foi feita por qualquer indivíduo ou partido”.

“O único curso de ação era continuar lutando contra o ataque terrorista”, escreveu Assad.


Enquanto a deposição ocorria, a localização de Assad era um enigma. Posteriormente, houve a confirmação de que a Rússia lhe ofereceu asilo político. Apesar disso, os detalhes sobre seu paradeiro estiveram em sigilo até seu recente pronunciamento, com assinatura da capital russa, Moscou.

Assad enxerga ‘colapso das instituições estatais na Síria’

O líder do Hayat Tahrir al-Sham, Abu Mohammed al-Julani | Foto: Reuters/Mahmoud Hassano

Assad destacou a gravidade dos ataques que levaram ao colapso das instituições estatais e disse que o Estado sírio caiu nas mãos do terrorismo. Ele afirmou que, na noite de 8 de dezembro, testemunhou o colapso das posições militares e a paralisia das instituições estatais.

O ditador ainda reiterou seu ”compromisso com a Síria e seu povo” e declarou que seu vínculo com a nação permanece inabalável.

O regime de Assad ocupava o poder na Síria havia 24 anos. Em 8 de dezembro, diante de ofensivas do grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS), a capital Damasco caiu. O ditador deixou o país rumo à Rússia, em um avião russo. Segundo Moscou, ele instruiu uma transição pacífica de poder.

Leia também: “O colapso do ditador”, reportagem de Eugenio Goussinsky publicada na Edição 247 da Revista Oeste

Bashar é filho de Hafez al-Assad. Enquanto o pai governou a Síria de 1971 a 2000, o filho comandou o país de 2000 a 2024. Ao todo, a família al-Assad comandou Damasco por mais de 50 anos.

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