Depois de leilão do BC, dólar chega a R$ 6,30, mas recua outra vez

Na manhã de quinta-feira, 19, Banco Central (BC) injetou US$ 5 bilhões no mercado, no segundo leilão do dia, para tentar conter a alta do dólar. A moeda americana chegou a ser cotada a R$ 6,30, depois do primeiro leilão de hoje, no valor de US$ 3 bilhões. Às 10h50, caiu para R$ 6,2065.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que a taxa de câmbio do real é flutuante e, em algum momento, deverá se estabilizar. Ele destacou que as expectativas de instituições financeiras indicam um cenário de melhora inflacionária.

Perguntado sobre a possibilidade de especulação contra o real, Haddad afirmou que é fundamental “olhar os fundamentos”. Ele enfatizou que intervenções do Banco Central e do Tesouro Nacional são mecanismos para coibir tais especulações.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, di que, em algum momento, o dólar vai se estabilizar | Foto: Diogo Zacarias/MF

Intervenções e especulação cambial para a estabilização do dólar

Para analistas do mercado financeiro, a questão fiscal é crucial para estabilizar o dólar. Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, destaca que é essencial que os investidores percebam uma trajetória fiscal sustentável no Brasil.

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“Não significa que a dívida deve parar de subir no dia seguinte,” disse ele ao jornal O Estado de São Paulo. “Mas é vital adotar medidas claras para evitar um crescimento indefinido da dívida”.

A importância da política fiscal

Felipe Salles também observa que a política monetária brasileira não tem funcionado como de costume. Normalmente, o aumento de juros atrairia capital externo, fazendo o dólar cair. Por consequência, isso reduziria o preço dos importados, impactando a inflação.

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Contudo, essa dinâmica não tem se concretizado. Em um cenário de dívida elevada, o aumento de juros eleva rapidamente o déficit público nominal. Isso piora a trajetória da dívida, gera aversão ao risco e pressiona a cotação do dólar.

Desafios da política monetária

O economista diz ainda que é cedo para prever onde a taxa de câmbio deve se estabilizar. Entretanto, se o câmbio permanecer nos níveis atuais, a expectativa é de continuidade na escalada inflacionária e um Banco Central pressionado a manter juros altos por mais tempo.

A solução, segundo ele, está na política fiscal, idealmente através de cortes de gastos. O pacote de contenção de despesas do governo é um passo na direção correta. No entanto, medidas adicionais ainda são necessárias para assegurar um cenário econômico mais estável.

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