Depois de dois anos no cargo, José Múcio Monteiro, ministro da Defesa, indicou que pode deixar o governo, relata o jornal O Globo. Sua nomeação, durante a transição, teve o objetivo de estreitar relações com os militares. Quando questionado sobre a possibilidade de saída, Múcio responde de forma descontraída: “depende do presidente”.
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Com 76 anos, Múcio tem se queixado da saúde e sido incentivado pela família a cuidar mais de si. Segundo aliados, ele acredita que o presidente precisa encontrar alguém com perfil “paciente” para substituí-lo. O nome do vice-presidente Geraldo Alckmin, que acumula o Ministério do Desenvolvimento, desponta como um dos cotados para o cargo.
A avaliação é de que o Ministério da Defesa aguarda uma figura de respeito dentro das Forças Armadas. Ao assumir, Múcio teve que lidar com desconfiança, especialmente depois da suposta tentativa de golpe e a prisão de militares. O ministro tem insistido que os crimes teriam sido cometidos por indivíduos, afastando a culpa da instituição militar.
Múcio costuma dizer que, embora o governo e os militares mantenham um bom relacionamento, não são exatamente aliados. A troca no Ministério da Defesa, prossegue o jornal, pode ocorrer durante a reforma ministerial planejada por Lula para a segunda metade de seu mandato. A esperada mudança também poderá envolver mudanças na Secretaria de Comunicação, comandada por Paulo Pimenta.
Momentos de desgaste do ministro da Defesa
Um dos momentos de desgaste entre Múcio e o governo ocorreu por causa da negativa da presidência em aprovar a escolha da Elbit, vencedora de licitação, como fornecedora de obuses para as Forças Armadas.
Em junho, Múcio afirmou que a decisão estava relacionada ao fato de a empresa ser israelense, em um momento no qual o governo do Brasil e o de Israel estavam distanciados por causa de discordâncias em relação à guerra na Faixa de Gaza.
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Outro episódio recente que gerou desconforto para Múcio foi um vídeo da Marinha, postado nas redes sociais em comemoração ao Dia do Marinheiro.
O conteúdo, que sugeria uma crítica indireta à inclusão das Forças Armadas no pacote fiscal de Fernando Haddad, causou um mal-estar entre civis e militares. Depois da repercussão negativa, o vídeo foi retirado das plataformas da Marinha.
Em resposta, o governo determinou que toda campanha publicitária das Forças Armadas deve ser aprovada pelo Ministério da Defesa antes de ser divulgada. A medida tem por objetivo evitar a politização das tropas.
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