O grande astro de Jurado # 2 (no Max) não aparece em cena. É Clint Eastwood, que aos 94 anos se nega a encarar o título de “ex-diretor”. Teoricamente este é seu último filme – mas quem sabe ele não desista de desistir?
Clint mostra que está em plena forma. Tanto que este era um filme que deveria ir direto para o streaming, mas a recepção foi tão boa que acabou ganhando um período inicial nos cinemas. É uma produção sem grandes cenas de ação, e que mantém o espectador grudado até o fim. Para isso, contou com o bom roteiro de Jonathan Abrams e a edição nervosa de David e Joel Cox.
Numa cidade pequena do estado da Georgia, uma mulher camada Kendall (interpretada por Francesca Eastwood, filha de Clint) briga com o namorado James (Gabriel Basso) num bar. Ela sai no meio da chuva e é encontrada morta no dia seguinte debaixo de uma ponte. Como James tem péssimos antecedentes, vai preso e sua condenação é dada como certa. Acontece que o jurado número 2, Justin (Nicholas Hoult) conhece um segredo sobre o caso. E a história, que parecia caminhar para o final no minuto 30, se complica.
No elenco estão os ótimos Toni Collette, Chris Messina e Amy Aquino (como a promotora, o advogado e a juíza), além de participações especiais de J K Simmons e Kiefer Sutherland. O enredo vai além do drama de tribunal e tem muito a ver com a situação atual do Brasil. Existem interesses para a condenação sumária de James. Mas acima dessa situação, paira a Justiça em si, com seus olhos vendados e princípios que deveriam ser respeitados cegamente. Essa questão ética vai ficando cada vez mais incômoda quanto mais o filme se aproxima do final.
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