No artigo de hoje concluiremos os assuntos de alta relevância das observações realizadas pelo jornalista autônomo britânico, Ray Sanders que, em novembro de 2024, tornou pública a carta enviada ao Secretário de Estado da Ciência, Inovação e Tecnologia britânico, Peter Kyle. No material, ele apresentou indagações sobre as condições das Estações Meteorológicas de Superfície (EMS), do Gabinete Meteorológico (Met Office) do Reino Unido.
No presente ponto, veremos as questões que envolvem as condições dos novos sítios meteorológicos e as suas respectivas estações, pois é ponto pacífico que estações muito antigas possam estar sob influência das estruturas e equipamentos urbanos, especialmente se os sítios que as abrigam estiverem em condições ruins. Isto não é uma “mudança climática”, mas se refere a uma mudança ambiental, verificável pela análise da paisagem. Não existe “aquecimento global” ou qualquer influência em tal, mas apenas um efeito altamente localizado das estruturas do entorno.
Sanders lembra que, embora as antigas estações pudessem ser comprometidas com o tempo de suas vidas pelas mudanças aos seus arredores, nada justificaria que as novas estações fossem colocadas nas mesmas condições. Agora observemos que mais de 87% das estações abertas desde o início do século 21 estão dentro das classes 3 a 5. Isso deixou claramente explícito de onde sai o discurso dos “anos mais quentes” do século 21, “como nunca antes vistos”.
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A maior preocupação tornou-se a estação Hull, East Park, instalada em 2011. Localiza-se no “Centro de Educação Animal”, ao lado de uma cerca viva, cheia de mato e próxima de onde estacionam veículos e ônibus. O sítio é tão ruim e despreparado que recebeu classe 5, portanto, não é à toa que o local registra regularmente as maiores temperaturas máximas diárias na escala regional do Met Office, inclusive tornando-se a temperatura máxima nacional em duas ocasiões, em 2024. O ar ali mal circula.
Sanders lembra que os registros desta estação podem ser devidamente desconsiderados devido a esses efeitos de aquecimento, mas especialmente por ser possível comparar seus dados a três outras estações bem próximas. Segundo ele, trata-se de dois respeitáveis Sítios Meteorológicos Privados (Private Weather Site – PWS) e a EMS completa e muito bem localizada, da Hull University Research Centre.
Diferentemente do Met Office, a universidade disponibilizou todos os dados de sua estação, inclusive os observados em tempo real. Constatou que a estação do escritório do governo registra cerca de 3ºC a mais que a universidade. Ao tentar efetuar uma comparação mais longa entre os registros das estações, percebeu que o Met Office só libera os dados da estação 18 meses depois. Claro que todas estas questões realizadas por Sanders tiveram o silêncio como resposta.
Problemas além da estação meteorológica estatal
O repórter ainda registrou sua observação ao fechamento sistemático de estações rurais que poderiam demonstrar que as temperaturas mal se elevaram, apresentando uma influência externa menor ou até mesmo nenhuma na série de aquisição de dados de temperatura. Conforme sua instalação, elas são facilmente categorizadas como classe 1 ou 2. Isto é outro ponto crucial, pois não se trata de uma “invasão” citadina em sentido ao rural, que fez as médias de temperaturas subirem pelo chamado “efeito urbano”, mas da exclusão das estações meteorológicas do meio rural que ajudariam a diluir o efeito urbano nas séries gerais de temperatura do ar.
Em Kent, o condado natal de Sanders, havia 12 estações oficiais do Met Office que operavam simultaneamente, em 1874 (150 anos atrás), subindo para 18, em 1924 (há 100 anos). Em 1974, ou seja, há 50 anos, esse número quase dobrou, chegando a 32 estações meteorológicas operando ao mesmo tempo, especialmente devido à Guerra Fria e a sua necessidade de dados meteorológicos. Hoje, em 2024, existem apenas sete. O efeito de redução de estações rurais foi replicado em todo o país, segundo Sanders, o que nos leva a entender mais uma vez como se produz um “aquecimento” nas médias, quando todas são inseridas na mesma estatística geral, tratorando-se quaisquer particularidades regionais.
Ressaltamos que existem processos de interpolação de dados, mas esses são realizados nos chamados “pontos de grade”, onde vários dados reais são utilizados para preencher os pontos faltantes. Nem de longe é esse o caso, especialmente porque tais estimativas de interpolação jamais poderiam tomar o lugar do dado real, pior ainda, sendo aplicado em uma série representativa de um determinado lugar espacial. Trata-se de um processo às avessas. E sempre devemos lembrar que interpolação não é dado.
Sanders concluiu sua carta, apresentando sólidas evidências de que o Met Office está constantemente fabricando dados que, por não serem precisos e nem confiáveis, jamais poderiam entrar em “relatórios climáticos”, especialmente pela própria situação da rede de estações existente ainda estarem mal localizadas e com manutenção inadequada para padrões internacionais, os quais o próprio Met Office ajudou a elaborar. Ele ressaltou que essa atitude colaborou para a utilização de dados históricos inadequados em todas as esferas.
Críticas ao modelo do Met Office
As conclusões ainda incluíram que a agência tem operado de forma secreta e dissimulada, seguindo seus padrões internos e sem uma supervisão independente, o que permite não atender os altos padrões que a ciência exige na aplicação correta do método científico. Sanders sugere que urge a necessidade de uma revisão independente contínua e íntegra para que se estabeleça quais são os sítios que podem fornecer séries de dados de alta qualidade (classe 1 e 2), exclusivamente para relatórios climáticos de fato.
Esse mesmo grupo deveria reanalisar todas as séries históricas, mas somente dos locais de alta qualidade mencionados anteriormente, sem o comprometimento de fontes de calor externas. Tais resultados, bem como as prováveis imprecisões dos dados publicados anteriormente deveriam ser marcados com um aviso para que outras instituições e pesquisadores saibam que eles não são confiáveis, podendo chegar a conclusões equivocadas, o que é o mais provável.
A situação de tomada de dados controlada pelos órgãos e departamentos governamentais, onde o que um diz não bate com o que outro apresenta deveria causar no mínimo, uma enorme desconfiança. Veja o exemplo das “agências espaciais” destinadas a medir a “temperatura do ar média global”. O valor deste “parâmetro” apresentado pelo programa europeu Copernicus destoa significativamente dos valores de outras agências, como os da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), Estados Unidos, por exemplo.
Não é de se espantar, tendo em vista que seu diretor tem um discurso extremamente ativista, como se dirigisse uma organização não governamental ambientalista. Em seu programa espacial, deixa claro que “analisa o nosso planeta e o seu ambiente em benefício de todos os cidadãos europeus”. É uma verdadeira piada! Quem audita essa gente? Será que estamos livres dessas coisas acontecerem também em outros países? Certamente, veremos mais sobre isto em breve.
Advertência final: devemos lembrar que, se todos os recursos de medição estão nas mãos de agências governamentais, sejam remotos, representados pelas plataformas espaciais, ou das redes de estações meteorológicas, e sabendo-se que estes mesmos governos têm uma ânsia interminável por mais arrecadação, cerceamento e controle dos cidadãos e das forças produtivas, em sentido a formar um governo totalitário regido pela Organização das Nações Unidas, começando pelo controle do carbono, a minha pergunta final é a seguinte: você ainda acredita que essa gente está mesmo coletando dados verdadeiros? É preciso mesmo ter muita fé, mas não em Deus e, sim, nos homens.
O post Cadê a estação meteorológica que estava aqui? — Parte 3 apareceu primeiro em Revista Oeste.