O Brasil aplica vacinas contra a covid-19 que não correspondem à versão mais atualizada disponível. O governo Lula, por meio do Ministério da Saúde aguarda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para adquirir doses da formulação mais recente. A compra envolve quase 60 milhões de unidades.
Atualmente, os postos de saúde oferecem vacinas direcionadas à variante Ômicron XBB.1.5. Elas foram desenvolvidas no final de 2023 e aprovadas no Brasil no início do ano passado.
Essa cepa, no entanto, já não é a mais recomendada. Em abril de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou a atualização para a variante JN.1, considerada a mais prevalente. A Anvisa seguiu essa recomendação em setembro e, dois meses depois, liberou a aplicação de vacinas adaptadas a essa nova cepa. Apenas as fabricantes Pfizer e Moderna receberam aprovação.
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O Ministério da Saúde, no entanto, mantém um contrato com a Zalika Farmacêutica para o fornecimento da vacina Covovax, da Novavax. A versão adaptada para a JN.1 ainda não recebeu aprovação no Brasil. Em 4 de dezembro, a Zalika enviou um pedido à Anvisa. A agência fez exigências técnicas no dia 12. A empresa cumpriu os requisitos no dia 23. A expectativa é que a análise seja concluída na primeira semana de fevereiro.
A instrução normativa da Anvisa, publicada em setembro de 2023, estabelece que vacinas antigas podem ser utilizadas por até nove meses depois da aprovação de uma nova versão. Isso significa que a XBB.1.5 continua disponível no Brasil.
Contrato do governo com farmacêutica prevê fornecimento até 2026
O contrato com a Zalika prevê fornecimento até 2026. O governo Lula pode executar a aquisição conforme a demanda para evitar desperdícios. A adesão à vacinação tem sido menor do que o esperado. Menos de 20% da população recebeu quatro doses.
Desde o ano passado, a imunização contra a covid-19 foi incorporada aos calendários de vacinação de crianças, idosos e gestantes. Idosos com mais de 60 anos devem receber uma dose a cada seis meses. Gestantes devem ser vacinadas em cada gravidez. Crianças entre 6 meses e 5 anos precisam seguir um esquema de duas ou três doses, a depender do fabricante da vacina.
Para os demais grupos prioritários, como indígenas, quilombolas, imunocomprometidos e trabalhadores da saúde, a vacinação continua dentro do esquema especial do PNI. Os imunocomprometidos devem receber reforços a cada seis meses. Para os demais grupos, a recomendação é uma dose anual.
O post Governo Lula usa vacinas desatualizadas contra covid-19 apareceu primeiro em Revista Oeste.