Depois de 25 anos à frente da empresa de palestras TED, o CEO Chris Anderson anunciou que pretende transferir o controle integral da organização. O executivo afirma que o candidato que apresentar as ideias mais inovadoras e possuir os recursos financeiros necessários estará apto a expandir a missão global da iniciativa.
“Essa decisão, tomada de forma estratégica e sem pressão externa, reflete o compromisso de perpetuar e ampliar o impacto transformador das ideias que o TED propaga”, disse Anderson.
Durante um evento em Nova York (EUA), Anderson declarou que a mudança não corresponde a uma crise de caixa, à pressão de acionistas nem a emergências financeiras, mas, sim, à abertura de novas oportunidades para o futuro do TED.
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“Ressaltei que, ao longo da minha gestão, nunca recebi nenhum salário da organização”, afirmou o empresário. “E não receberei nenhuma compensação financeira pela transferência de controle, contudo, pretendo, continuar ativo como conselheiro do TED.”
TED tem orçamento anual de R$ 100 milhões
Desde a aquisição do TED, em 2001, junto com seus fundadores, Richard Saul Wurman e Harry Marks, a organização passou por uma transformação expressiva. Atualmente, o TED opera com um orçamento anual de US$ 100 milhões, conta com 220 funcionários em Nova York e mantém um fundo de reserva de US$ 25 milhões. “Esses dados evidenciam a evolução e o sucesso do nosso modelo de distribuição gratuita de conhecimento, lançado com a divulgação dos TED Talks on-line em 2006.”
O TED expandiu sua atuação por meio de iniciativas temáticas internacionais, como o TED Countdown e o TED AI. O grupo investe também em plataformas educacionais, com um arquivo digital com mais de 4 mil palestras, um canal de TV e um canal de podcasts, que já acumulou mais de 178 milhões de downloads.
Em 2009, o lançamento do TEDx permitiu que comunidades de todo o mundo organizassem eventos de forma independente — atualmente, com mais de 3 mil licenças — e, em 2018, o Audacious Project já arrecadou mais de US$ 4 bilhões para 49 iniciativas filantrópicas.
Para a sucessão da sua liderança, Chris procura um candidato que se preocupe fundamentalmente com o futuro global. “O novo executivo da empresa ainda precisa compreender o poder das ideias e se engajar na promoção de uma transformação radical na educação mundial, sem ser movida por interesses lucrativos nem partidários”, disse Anderson. “Perfis que se preocupam exclusivamente com o lucro, como o de alguns grandes empresários, não se enquadram no processo de crescimento do TED.”
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