Acenos de Hugo Motta à oposição incomodam base de Lula

Na primeira semana como presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) sinalizou apoio a pautas da oposição e emitiu recados ao governo Lula (PT).

Esses gestos foram bem recebidos pela direita, mas geraram atritos com a base aliada do Palácio do Planalto.

A oposição, liderada pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS), busca apoio para alterar a Lei da Ficha Limpa, reduzindo a inelegibilidade de oito para dois anos. A mudança visa liberar os direitos políticos de Jair Bolsonaro a tempo de concorrer em 2026.

“Deputados de diferentes partidos já me procuraram para dar apoio ao texto, a sinalização do presidente Hugo Motta neste dia, 1º, mostrou que podemos avançar com o texto”, afirmou Nunes. O Centrão é considerado fundamental para o avanço do projeto, embora o tema divida opiniões no Partido Liberal.

Discussões internas sobre a Lei da Ficha Limpa

Internamente, alguns parlamentares do PL preferem uma anistia específica para Bolsonaro, temendo que mudanças na Lei da Ficha Limpa beneficiem também pessoas envolvidas em corrupção. Ao jornal Gazeta do Povo, uma voz influente dentro do partido, sob anonimato, defendeu essa estratégia como ideal.

Motta também comentou sobre os eventos de 8 de janeiro, referindo-se aos atos como agressões às instituições, mas não como tentativa de golpe.

Ele afirmou que a Câmara está “digerindo” a proposta de anistiar os presos envolvidos, sem pressa para pautá-la. Essa posição incentivou o PL a mobilizar familiares dos presos para compartilharem suas histórias no Congresso.

PT reage a Hugo Motta

Gleisi Hoffmann, presidente do PT: justificativas pela reprovação pública e críticas de internautas em seu próprio perfil no Twitter/X | Foto: Divulgação/PT
Gleisi Hoffmann, presidente do PT| Foto: Divulgação/PT

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), criticou a ideia de anistia, considerando-a “descabida” e contrária à defesa da democracia. Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do governo na Câmara, classificou como “negacionismo inaceitável” a defesa de que não houve tentativa de golpe.

Além das questões políticas, Motta questionou a agenda econômica de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, pedindo explicações sobre a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Criticou a condução econômica do governo Lula, afirmando que o presidente “falava para uma bolha” e exigiu mais responsabilidade nos gastos públicos. O ministro Haddad, por sua vez, elogiou Motta como “líder extraordinário”, demonstrando uma tentativa de amenizar as tensões.

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