Em tom ameno, Luiza Trajano pede que Galípolo não anuncie aumento dos juros

Durante um evento nesta sexta-feira, 14, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a presidente do conselho do Magazine Luiza, Luiza Trajano, fez um pedido em tom de brincadeira ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Ela solicitou que ele não anunciasse mais aumentos de juros, pois isso causa impactos negativos no mercado.

Luiza expressou a insatisfação do setor varejista com as políticas monetárias vigentes e sugeriu que o combate à inflação precisa de uma abordagem inovadora.

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“Temos que sair do diagnóstico, ou teremos sempre o ‘Brasil do futuro’”, afirmou Luiza Trajano. “Como falaram aqui, é um Brasil que dá certo. Quero pedir para ele [Galípolo], por favor, não comunicar mais que vai ter aumento de juros, porque aí já atrapalha tudo desde o começo.”

Conforme a presidente do conselho do Magazine Luiza, o varejo é o primeiro setor a sofrer com o aumento dos juros. “É dele que sai tudo”, disse. “A pequena e média empresa não aguenta mais sobreviver com isso [alta dos juros], não tem condição. É o varejo que gera emprego.”

Impactos da taxa de juros no varejo

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Durante o mesmo evento, o presidente do conselho de administração da Gerdau, Guilherme Gerdau, criticou a política de juros do Banco Central | Foto: Reprodução/Freepik

Em uma fala própria, sem necessariamente se referir à empresária, Galípolo garantiu que o Banco Central não repetirá modelos inflacionários ineficazes do passado. Ele reconheceu que os desafios econômicos são mais estruturais, sem relação direta com o ciclo da política monetária atual.

“Concordo que existem problemas estruturais que precisam ser colocados, mas acho que dificilmente problemas antigos vão ser resolvidos com as mesmas soluções que já podem não ter dado certo no passado”, disse Galípolo.

Durante o mesmo evento, o presidente do conselho de administração da Gerdau, Guilherme Gerdau, criticou a política de juros do Banco Central. Ele afirmou que a taxa Selic elevada faz “vítimas” no setor produtivo e dificulta investimentos em modernização.

Gerdau mencionou que, desde as crises de 2015 e 2016, a indústria enfrenta dificuldades para crescer em razão da alta dos juros, além de incertezas fiscais e especulação cambial. Ele ironizou que “o remédio está funcionando, presidente”, referindo-se aos juros como um remédio amargo para a inflação.

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Galípolo respondeu que o Banco Central está preparado para manter a taxa de juros em um patamar restritivo pelo tempo necessário para alinhar a inflação à meta. “O remédio vai funcionar”, disse Galípolo, garantindo que a instituição não hesitará em utilizar suas ferramentas para controlar a inflação.

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